Agência France-Presse
postado em 25/03/2010 10:17
A lei de reforma do sistema de saúde dos Estados Unidos, estimulada pelo presidente Barack Obama, terá que voltar à Cámara de Representantes para uma nova votação de uma série de emendas que acompanham o texto principal em consequência de um erro de procedimento, anunciou o porta-voz do líder da maioria democrata no Senado.
[SAIBAMAIS]"Depois de horas tentando bloquear o texto, os republicanos encontraram dois dispositivos relativamente menores que constituem vícios de procedimento do Senado, e vamos ter que enviar novamente o texto à Câmara de Representantes", declarou na quarta-feira à noite Jim Manley, porta-voz do líder da maioria no Senado, Harry Reid.
Os democratas, após meses de difíceis negociações, conseguiram aprovar no domingo o projeto de lei na Câmara de Representantes, por 219 votos contra 212, em uma reforma do sistema de saúde que terá um custo de US$ 940 bilhões em 10 anos.
Um dia depois de Obama assinar a lei sobre a reforma da saúde, o Senado iniciou os debates sobre o pacote de emendas solicitadas pela Câmara de Representantes nas negociações prévias à aprovação do projeto. A aprovação deste pacote deve encerrar o processo legislativo.
Manley afirmou que as irregularidades nos dispositivos se referem ao "ensino superior", mas não entrou em detalhes. "Acredito que a Câmara de Representantes poderá resolvê-las e confirmar a lei", disse.
Os democratas da Câmara incluíram nas emendas ("correções") uma reforma nos empréstimos para estudantes para tentar financiar de maneira mais eficaz o ensino superior, muito caro nos Estados Unidos.
O Senado e a Câmara de Representantes aprovam com frequência versões diferentes da mesma lei, antes de negociar um texto conjunto sobre o qual as duas Casas se pronunciam novamente.
No caso atual, não houve um texto conjunto, a Câmara de Representantes aprovou no domingo o texto procedente do Senado, com a condição de que fosse acompanhado de um pacote de emendas que tornou mais aceitável aos democratas da Câmara.
Este é o pacote, um documento de 150 páginas, que os senadores examinavam, no qual os republicanos tentam introduzir novas emendas para obrigar a Câmara de Representantes a votar novamente o texto.
Obama promulgou na terça-feira a histórica reforma do sistema de saúde pela qual batalhou por meses, e que chamou de início de uma nova era para o país.
No total, a lei deverá garantir uma cobertura de saúde a 32 milhões de americanos que estavam fora do sistema. O objetivo é cobrir 95% dos americanos com menos de 65 anos. O texto proíbe às aseguradoras rejeitar a cobertura de pessoas com alguma doença pre-existente.
Segundo uma pesquisa do instituto Gallup realizada na segunda-feira com 1.000 pessoas, 49% delas consideram boa a aprovação da reforma pelo Congresso, contra 40% que pensam o contrário.