postado em 28/03/2010 10:04
Em resposta à morte de dois soldados israelenses, o exército abriu fogo contra palestinos na madrugada de ontem, depois de uma incursão ao setor de Khan Yunes, na Faixa de Gaza. Na sexta-feira, dois palestinos já haviam sido mortos durante um tiroteio que teria sido provocado pelas Brigadas Ezzedin al Qassam, braço armado do movimento islâmico radical Hamas. No ataque de sábado, um palestino morreu, no mais grave conflito dos últimos 18 meses na região.A versão de Israel é a de que os confrontos tiveram início quando os soldados notaram militantes colocando explosivos na fronteira. Com isso, avançaram pelo território palestino, com tanques e helicópteros. Os palestinos teriam tentado capturar um soldado, dando início ao tiroteio. Na manhã de ontem, os soldados saíram da Faixa de Gaza. ;Este é um dos dias mais tensos que tivemos desde a operação no ano passado;, afirmou à rede BBC a porta-voz do exército israelense Avital Leibovich.
[SAIBAMAIS]A morte dos palestinos ocorreu no mesmo dia da inauguração da cúpula da Liga Árabe, na Líbia, cujo assunto dominante é a colonização israelense em Jerusalém Oriental, região ocupada por palestinos. No discurso inaugural, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu aos participantes do encontro que deem seu apoio às negociações indiretas entre Israel e os palestinos. O presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, reiterou, em seguida, que não pode haver negociações desse tipo se antes não cessarem as atividades israelenses de colonização. ;Não podemos retomar indiretamente as negociações enquanto Israel mantiver sua política de colonização e o status quo;, afirmou Abbas.
A cúpula, que conta com a presença de 12 chefes de Estado e dirigentes árabes, deve adotar, em princípio, uma declaração exigindo o fim dos novos projetos de colonização no setor oriental da Cidade Santa. Entre os convidados, estão os chefes de governo da Itália, Silvio Berlusconi(1), e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
Ajuda
Na sexta-feira, os representantes dos países árabes já haviam declarado que Israel deveria voltar atrás na decisão de construir 1,6 mil casas na Jerusalém Oriental, antes mesmo do início de negociações indiretas com os palestinos. ;A posição árabe é muito clara: as negociações (com Israel) dependem da suspensão da colonização e, em particular, do cancelamento dessas construções;, declarou o secretário-geral da Liga Árabe, Amir Mussa, no fim de uma reunião ministerial árabe.
Os chanceleres árabes chegaram a um acordo, na quinta-feira, para a concessão de ajuda de US$ 500 milhões aos palestinos de Jerusalém, durante preparatória da reunião da cúpula. Os recursos seriam destinados ao financiamento de trabalhos de infraestrutura e serviços, como a construção de hospitais e escolas.
1 - Ameaças
Uma carta com ameaças acompanhada de uma bala e dirigida ao presidente Silvio Berlusconi foi interceptada ontem em um subúrbio de Milão. ;Você vai terminar como um rato;, dizia a mensagem, enviada à casa de Berlusconi. Em outra agência de correio de Milão, a explosão de uma carta-bomba feriu levemente um funcionário.