Agência France-Presse
postado em 30/03/2010 21:07
A situação no Afeganistão, bem como as ambições nucleares iranianas e norte-coreanas dominaram o encontro de ministros das Relações Exteriores do G8, no Canadá, que ameaçam com novas sanções os regimes de Teerã e Pyongyang.Reunidos em Gatineau, perto de Ottawa, os chanceleres do Grupo dos Oito (G8, países industrializados mais a Rússia) preparam a cúpula que reunirá seus presidentes no fim de junho em Muskoka, Ontário.
Na busca de uma posição comum sobre novas sanções que o Conselho de Segurança da ONU poderia adotar contra o Irã, o anfitrião do encontro deu o tom: o primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, pediu "uma ação mais coordenada e forte, incluídas sanções se fossem necessárias, contra o regime iraniano".
"Teerã deve deter suas atividades de enriquecimento de urânio e se comprometer a um diálogo pacífico", enfatizou.
Pouco depois, a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, se disse otimista sobre a possibilidade de alcançar um consenso para aplicar sanções ao Irã.
"Vemos que a tomada de consciência aumenta em muitos países, inclusive a China, sobre as consequências de um Irã com armas nucleares na estabilidade regional e global e para nosso abastecimento de petróleo", disse Hillary durante entrevista coletiva. Enquanto isso, o chanceler canadense, Lawrence Cannon, instou a comunidade internacional a "pressionar o Irã".
No início da sessão de trabalho matinal, Harper situou no mesmo plano Irã e Coreia do Norte, pois em sua opinião, os dois países representam "graves ameaças à segurança mundial". "Chamamos a Coreia do Norte a voltar às negociações de seis partes", disse Harper em alusão ao estancado diálogo entre China, as duas Coreias, Estados Unidos, Japão e Rússia sobre o desmantelamento do programa nuclear de Pyongyang.
Quanto ao Afeganistão, Harper pediu ao presidente Hamid Karzai para assumir responsabilidades e cumprir suas promessas de melhorar a governança, reforçar o Estado de direito e combater a corrupção. "Devemos continuar dando apoio (ao governo de Cabul), assegurando-nos de que o governo afegão cumpra com seus compromissos", pontuou.
Na declaração emitida nesta terça-feira, o G8 reiterou seu apoio à estratégia de reconciliação defendida por Karzai, mas também pede insistentemente a Cabul que demonstre "audácia" para resolver os problemas de governança, para agir rápido contra a corrupção e "cumprir suas promessas" de reformar a Justiça afegã.