Agência France-Presse
postado em 01/04/2010 12:34
O arcebispo primaz católico da Inglaterra e de Gales afirmou entender que o uso de preservativos nos países pobres pode parecer "atrativo", mas reiterou a posição oficial da Igreja de oposição à contracepção.
[SAIBAMAIS]"Acredito que quando se trata da pobreza no Terceiro Mundo e da grande pressão a que muitas mulheres são submetidas por homens, posso entender os argumentos de por quê, a curto prazo, os meios que oferecem proteção às mulheres são atraentes", disse o arcebispo de Westminster, Vincent Nichols, à rádio BBC.
O arcebispo completou, no entanto, que o papel da Igreja deve ser lutar contra a pobreza e pela segurança nestes países, e nos países em desenvolvimento, e não somar a voz aos numerosos defensores do uso do preservativo.
O papel, segundo ele, é continuar dizendo: "Se resolvermos a pobreza, então sabemos que consequentemente a taxa de natalidade cairá, se dermos mais segurança às pessoas, então consequentemente a taxa de natalidade cairá", completou Nichols, segundo um trecho da entrevista, que será difundida na sexta-feira.
Os comentários do arcebispo de Westminter foram feitos um ano depois da polêmica provocada pelo Papa Bento XVI, que durante uma viagem à África declarou que a distribuição de preservativos nos países pobres agravava o problema da Aids.
O arcebispo da Inglaterra e de Gales insistiu na entrevista que o que a Igreja busca promover e proteger é uma "relação correta entre um homem e uma mulher".
"Se não tivermos uma visão da beleza da sexualidade e de sua relação com um de seus propósitos fundamentais, ou seja a criação da vida, corremos o risco de reduzi-la a um entretenimento, um passatempo ou um simples prazer", completou.