Em meio às discussões do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas sobre sanções contra o Irã e a pouco mais de uma semana para o início das reuniões da Cúpula de Segurança Nuclear, o presidente da China, Hu Jintao, conversou hoje (2), por telefone, com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. Jintao reiterou a necessidade da adoção de medidas de segurança no setor. Mas não mencionou eventuais sanções contra o Irã.
Ontem (1;) Jintao recebeu um enviado do governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, para debater a questão. O assunto foi tema da conversa com o presidente Obama. ;A China atribui grande importância à segurança nuclear e se opõe à proliferação nuclear e ao terrorismo nuclear, apoiando a cooperação internacional;, disse o presidente chinês, em entrevista coletiva.
A agência oficial de notícias da China Xinhuan informou que Jintao destacou a relevância da questão, condenando a proliferação e o terrorismo nucleares e defendendo os esforços internacionais para melhorar a cooperação política e técnica em busca da segurança na área.
Na conversa, Jintao afirmou, segundo a agência de notícias, que a China está disposta a trabalhar em colaboração com o governo dos Estados Unidos e de outros países. O chinês já confirmou presença, nos próximos dias 12 e13 abril, na Cúpula de Segurança Nuclear, que será realizada em Washington. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também vai participar dos debates.
A China tem direito a voto no Conselho de Segurança da ONU ao lado da França, da Rússia, da Inglaterra e dos Estados Unidos. O governo Obama pressiona para que os membros do órgão aprovem sanções contra o Irã por suspeita de que o país produza armamentos nucleares a partir do enriquecimento do urânio. Jintao resiste a assumir uma posição contra o Irã, mas também não defende abertamente o governo Ahmadinejad.
O Brasil e mais nove países compõem os assentos rotativos do Conselho de Segurança da ONU cujo mandato é de dois anos. O órgão tem o poder de autorizar uma intervenção militar nos países. Os conflitos e crises políticas são analisados pelo conselho para examinar a possibilidade de intervenções militares ou missões de paz.
Depois das discussões em Washington, Jintao visita o Brasil para participar da 2; Cúpula das Nações Bric - Brasil, Rússia, Índia e China. As reuniões serão realizadas em Brasília nos dias 14 a 17 de abril. Em seguida, o chinês irá à Venezuela e ao Chile.