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Cristãos lembram ressurreição de Cristo em Jerusalém

Agência France-Presse
postado em 04/04/2010 14:35
JERUSALÉM - Do Monte das Oliveiras à Basília do Santo Sepulcro, de Belém a Nazaré, multidões de cristãos do Oriente e do Ocidente celebraram neste domingo "com a mesma voz" a ressurreição de Cristo nas igrejas e monastérios da Terra Santa.

Este ano, a Páscoa católica e ortodoxa ocorrem simultaneamente, mas as festividades da Páscoa judaica prosseguem até segunda-feira à tarde.

"Este ano, nossa alegria é em dobro. Todos nós, pastores e fiéis de diferentes igrejas, celebramos a Páscoa no mesmo dia e no mesmo lugar. Com a mesma voz", declarou o patriarca latino de Jerusalém, Dom Fuad Twal, durante a missa do Domingo da Ressurreição, celebrada na Basília do Santo Sepulcro.

"Talvez alguns fiquem perturbados com o entrelaçamento das rezas e cantos que ocorrem no mesmo momento em diferentes ritos. E, no entanto, vivida na fé, essa aparente cacofonia pode converter-se em uma sinfonia que expressa nossa unidade na fé e na alegria da celebração da vitória do Senhor sobre o mal e a morte", disse.

A tradição situa no Santo Sepulcro os últimos episódios da Paixão de Cristo, sua crucificação, enterro e ressurreição.

As celebrações na Basília do Santo Sepulcro são organizadas minuciosamente para evitar confrontos entre as diferentes comunidades cristãs (ortodoxa grega, católica romana, apostólica armênia, copta, ortodoxa siríaca e ortodoxa etíope), que dividem os espaços da basília.

"Hoje, mais do que nunca, necessitamos de esperança e uma força especial para vencer o mal que está em nós e em torno de nós. Hoje, mais do que nunca, precisamos de uma vida de esperança em meio a tanta violência, sangue e divisões étnicas e religiosas", completou Dom Twal, o mais alto prelado católico na Terra Santa.

Em Roma, em sua mensagem "urbi et orbi" pronunciada na Basílica de São Pedro do Vaticano, o papa Bento XVI exortou a paz e a concordância no Oriente Médio, especialmente na Terra Santa.

Desde o início da Semana Santa, as forças de segurança israelenses reforçaram sua presença na Cidade Velha de Jerusalém e em torno dos lugares sagrados, situados na parte oriental da cidade.

As festas de Páscoa, que até agora não tiveram incidentes importantes, desenvolvem-se em clima tenso devido à vontade do governo israelense de prosseguir a colonização em Jerusalém Oriental, de população majoritariamente árabe e cuja anexação por Israel em 1968 não é reconhecida pela comunidade internacional.

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