Agência France-Presse
postado em 05/04/2010 15:52
O presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, admitiu ter cometido um erro ao libertar, em 2007, o comandante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) Rodrigo Granda, a pedido do governo francês, para facilitar a libertação de Ingrid Betancourt, posteriormente resgatada junto com outros reféns."Eu mesmo cometi o erro de libertar Rodrigo Granda sem que isso servisse para alguma coisa. O país não pode incorrer agora nesses erros. Acredito que, neste momento, vivido por nossa pátria, o caminho que temos que percorrer é o da firmeza", disse Uribe ao rejeitar a proposta das Farc de trocar sequestrados por rebeldes presos.
Granda - membro do comando das Farc que estava preso na Colômbia - foi libertado em junho de 2007 por Uribe para que servisse de "gestor da paz" e ajudasse na libertação da política franco-colombiana Ingrid Betancourt, por conta de um pedido feito pelo presidente francês.
Questionado sobre se se arrependia de ter atendido ao pedido de Sarkozy, Uribe disse: "pode ter sido (um ato) bom para demonstrar à França, à União Europeia e ao mundo a boa vontade de meu governo".
"Mas o ruim é que nos enganaram. Libertamos Granda e o que houve? Nada. Que resultados obtivemos? Não libertaram ninguém. Simplesmente ele se reintegrou às atividades criminosas. Passou de um criminoso preso para um criminoso que voltou a ativar sua capacidade de assassinar", completou.
[SAIBAMAIS]Granda foi preso de forma ilegal em 13 de dezembro de 2004 em Caracas por militares venezuelanos que o entregaram na fronteira colombiana em troca do pagamento de recompensas. O fato gerou uma crise diplomática entre Bogotá e Caracas.
Betancourt, três americanos e onze militares e policiais colombianos foram resgatados pelo exército colombiano em uma operação cinematográfica realizada em julho de 2008.