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Depois de três anos de bloqueio, governo de Israel autoriza entrada de mercadorias na Faixa de Gaza

postado em 05/04/2010 16:27
Brasília ; Com a pressão dos Estados Unidos, da Organização das Nações Unidas (ONU) e da União Europeia (UE), o governo de Israel autorizou a entrada de roupas e calçado na região da Faixa de Gaza. Há três anos, desde a imposição do bloqueio econômico na área, está proibida a entrada de produtos, como roupas, sapatos, instrumentos musicais, cigarros, livros e aparelhos elétricos. As informações são da BBC Brasil.

Neste domingo (4/4) as autoridades israelenses permitiram a passagem de cinco caminhões com roupas e cinco transportando mercadorias pelos postos de controle de Kerem Shalom, na entrada da Faixa de Gaza. No entanto, autoridades palestinas reclamam que a mercadoria mofou e por isso não poderia ser comercializada. Os produtos estão há pelo menos três anos à espera de liberação.

O governo de Israel decretou o bloqueio à Faixa de Gaza quando o grupo militante Hamas tomou à força o controle do enclave palestino, em junho de 2007, expulsando o Fatah da região. Desde então, autoridades israelenses têm permitido a entrada na Faixa de Gaza apenas de produtos básicos (alimentos e remédios) transportados em caminhões da ONU. Esta lista de ;produtos básicos; foi definida pelas autoridades israelenses.

[SAIBAMAIS]Vários produtos alimentícios também são considerados artigos de ;luxo; e não têm a autorização de entrada, como queijos e iogurtes. A proibição mais rígida é a de entrada de materiais de construção, principalmente cimento, ferro e aço, que torna impossível a reconstrução da região, parcialmente destruída durante a chamada Operação Chumbo Fundido ; a ofensiva israelense realizada entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009.

Para o Exército israelense, os materiais de construção poderiam ser usados pelo Hamas para a fabricação de armamentos. Os grupos de direitos humanos classificam o bloqueio como ;punição coletiva; aos cerca de 1,5 milhão de palestinos que moram na Faixa de Gaza.

Na tentativa de driblar a proibição da entrada de produtos na região, a única via de fornecimento de mercadorias não autorizadas por Israel à população da Faixa de Gaza tem sido as centenas de túneis escavados pelos palestinos entre a parte palestina da cidade de Rafah (no sul da Faixa de Gaza) e a parte egípcia da cidade.

Os túneis também seriam utilizados pelo Hamas e por outros grupos armados que operam na região para o contrabando de armamentos e são constantemente bombardeados pela Força Aérea israelense. Para o governo do Egito, a interpretação é de que os túneis são uma violação de sua soberania. Em 2009, os egípcios construíram uma barreira subterrânea de aço para impedir a continuação das escavações e barrar o contrabando de mercadorias e armas para a Faixa de Gaza.

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