Agência France-Presse
postado em 05/04/2010 17:24
O presidente afegão Hamid Karza; reafirmou suas críticas contra os países ocidentais, aos quais ele acusa de terem orquestrado fraudes em massa na eleição presidencial controversa do verão passado, em um programa de televisão difundido pela BBC.Na última quinta-feira, Karza; tinha declarado que as "fraudes em massa" observadas durante as eleições presidencial e provinciais de agosto foram realizadas por "estrangeiros", mencionando particularmente a ONU e a missão de observação eleitoral da União Europeia (EU).
Essas afirmações são "completamente verdadeiras", "é exatamente o que aconteceu", declarou Karza; à BBC que o ouviu em Kandahar (sul do Afeganistão), onde ele passava dois dias para tentar convocar líderes tribais antes da próxima ofensiva armada das forças americanas e da Otan na região.
Hamid Karza; igualmente estimou que essas declarações, bem ofensivas, não danificarão as relações, atualmente tensas, que ele mantém com os aliados e financiadores ocidentais. "Isso não deve afetar a confiança" entre o governo afegão e os ocidentais, que levaram Karza; ao poder no fim de 2001 depois de ter afastado os talibãs do poder, declarou.
"Nós podemos ser um país pobre, destruído, mas nós somos um país soberano, que tem uma longa história", completou.
A Casa Branca rejeitou as palavras de Karza;, no dia seguinte à publicação feita pelo Wall Street Journal de uma segunda rodada de declarações antiocidentais.
Durante uma reunião privada com cerca de 70 parlamentares afegãos no sábado, Karza; advertiu, segundo o jornal, que a insurreição dos talibãs poderia se tornar um movimento de resistência legítima se os estrangeiros continuarem a se meter nos negócios afegãos.
Karza;, sob pressão crescente de seus aliados ocidentais que pedem para lutar mais contra a corrupção, explicou à BBC que queria simplesmente "esclarecer" o fato que o "o Afeganistão é um país que pertence aos afegãos".