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Brown propõe reforma constitucional para sanear política britânica

Agência France-Presse
postado em 07/04/2010 13:42
O primeiro-ministro britânico Gordon Brown prometeu nesta quarta-feira (7/4), caso seja reeleito no pleito de 6 de maio, "restaurar a legitimidade da democracia", arranhada por escândalos envolvendo deputados, acusados de gastos irregulares. [SAIBAMAIS]"Todos os políticos devem reconhecer que a confiança foi fortemente rompida entre aqueles que servem e aqueles a quem eles devem servir. E creio que não podemos realmente superar os outros grandes desafios sem restaurar plenamente a legitimidade e a democracia", declarou o chefe do governo trabalhista, que está em desvantagem nas pesquisas. Brown propôs então "a reforma constitucional mais profunda em um século" visando a "formular um novo contrato entre a população e o governo". Em virtude desta reforma, os deputados não poderão mais trabalhar para empresas de lobbying e a população poderá lançar um procedimento de destituição contra deputados culpados de "graves crimes financeiros". Em uma medida que acabará com as particularidades inglesas, os trabalhistas prometem lançar o processo visando a redigir uma Constituição e a fixar um mandato preciso para os deputados. Atualmente, a duração de uma legislatura é de cinco anos no máximo, mas o primeiro-ministro pode convocar eleições legislativas antecipadas a qualquer momento. Além disto, um novo governo trabalhista proporá por referendo a eleição dos membros da Câmara dos Lordes, câmara alta do Parlamento, que atualmente são nomeados. Dois referendos serão organizados: no outono (hemisfério norte), sobre a reforma dos Comuns, e antes de outubro de 2011, sobre a dos Lordes. Os políticos britânicos foram atingidos por uma série de escândalos revelados no ano passado sobre uma farra dos gastos envolvendo quase a metade dos deputados. Além disso, mais de um milhão de euros foram indevidamente reembolsados pelos parlamentares. Mais recentemente, o Partido Trabalhista suspendeu quatro de seus membros, três deles ex-ministros, acusados de terem negociado seus serviços de lobbying.

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