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Governo interino do Quirguistão promete eleição presidencial em 6 meses

Agência France-Presse
postado em 08/04/2010 12:41
O Quirguistão organizará eleições presidenciais dentro de seis meses, anunciou nesta quinta-feira (8/4) a chefe de Governo interina do país, Rosa Otunbayeva, um dia depois dos violentos confrontos na capital, Bishkek, que provocaram a fuga do presidente Kurmanbek Bakiyev, que afirmou que não pretende renunciar. [SAIBAMAIS]"O poder está sob o controle do poder provisório, que vai funcionar durante seis meses para preparar uma nova Constituição e organizar a celebração de uma eleição presidencial de acordo com todas as regras democráticas", declarou na primeira entrevista coletiva após a tomada de poder pela oposição. Os violentos protestos liderados pela oposição e que derrubaram na quarta-feira o presidente Bakiev provocaram entre 75 e 100 mortos, segundo fontes divergentes, e mais de 1 mil feridos. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, anunciou em Viena o envio de um emissário especial, o diplomata eslovaco Jan Kubis, ao Quirguistão. Ele deve chegar na sexta-feira a Bishkek. Kurmanbek Bakiyev fugiu da capital do Quirguistão em um pequeno avião, enquanto a oposição anunciava a formação de um novo governo, depois de assumir o controle dos edifícios da Presidência e do Parlamento. O presidente está refugiado em sua cidade natal, Dzhalal Abad, no sul do país, e o governo foi assumido pela ex-chanceler e líder da oposição Rosa Otunbayeva. Bakiyev está tentando reunir os partidários no sul do país, segundo a líder opositora. "O presidente está tentando consolidar seu eleitorado no sul, para continuar defendendo suas posições", disse Otunbayeva. "A oposição insiste na renúncia dele", completou a ex-chanceler na primeira entrevista coletiva desde que o novo governo interino assumiu o poder. Mas Bakiyev assegurou nesta quinta-feira que se nega a renunciar e advertiu que o país está à beira de um desastre humanitário. "Declaro como presidente que não renunciei e que não renunciarei", afirmou Bakiyev. "Como presidente do Quirguistão, me encontro sem qualquer possiblidade de influenciar no país. Hoje em dia, o Quirguistão se encontra à beira de um desastre humanitário", advertiu o presidente. A líder interina do Quirguistão também teve uma conversa telefônica com o primeiro-ministro da Rússia, Vladimir Putin, que ofereceu a ajuda de Moscou ao país. "Putin destacou que a Rússia sempre esteve e continua disposta a dar a ajuda humanitária necessária à população quirguiz", declarou em Moscou o porta-voz do chefe de Governo russo, Dmitri Pesko. Putin respaldou a política do governo provisório do Quirguistão, segundo Tekebayev. O Quirguistão é uma antiga república soviética da Ásia central. Além disso, a chefe de Governo interina quirguiz anunciou que a base militar dos Estados Unidos no país, vital para as operações militares da Otan no Afeganistão, permanecerá aberta.

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