Agência France-Presse
postado em 10/04/2010 09:47
Varsovia - Lech Kaczynski, eleito presidente da Polônia em outubro de 2005 e morto neste sábado, aos 60 anos, num acidente de avião em Smolensk (Rússia), era um jurista conservador e profundamente católico procedente do movimiento anticomunista Solidaridade de Lech Walesa.
[SAIBAMAIS]Junto ao irmão gêmeo, o ex-primeiro-ministro polonês Jaroslaw Kaczynski, entrou no final dos anos 1970 na oposição anticomunista e, em 2001, fundaram juntos o partido Direito e Justiça.
De julho de 2006 a novembro de 2007, os dois irmãos governaram juntos a Polônia - Lech como presidente e Jaroslaw como chefe de Governo.
Sucessor do social-democrata Aleksander Kwasniewski, Lech Kaczynski defendia a reconciliação com a Alemanha e a Rússia, ao mesmo tempo em que explorava o temor ainda sentido por alguns populares pelos dois grandes vizinhos.
Também defendia uma profunda reforma da Polônia com base "na justiça, na solidaridade e na honra".
Depois de sua vitória em 2005, Lech Kaczynski explicou que seu irmão, 45 minutos mais velho, "sempre o incentivou a ir adiante".
Para não colocar empecilhos no objetivo de Lech de ser presidente, Jaroslaw havia renunciado em 2005 ao cargo de primeiro-ministro, embora tenha conservado o muito influente posto de presidente de seu partido.
Lech e Jaroslaw começaram a se destacar no país aos 12 anos, quando atuaram num filme para crianças.
Seu compromisso contra o comunismo, então no poder, valeu a Lech ser confinado junto com outros milhares de militantes do Solidaridade, durante a instauração da lei marcial, em 13 de dezembro de 1981.
Liberado ao final de 11 meses, tornou-se, com o irmão, um colaborador do líder histórico do primeiro sindicato livre do mundo comunista, Lech Walesa, de quem acabou se distanciando nos anos 1990.
Lech era casado, tinha uma filha e um neto. Jaroslaw é solteiro e vive com a mãe.
Partidário do intervencionismo econômico, transmitia a imagem de político experiente e honesto, fama que forjou ocupando os cargos de presidente do Tribunal de Contas, ministro da Justiça e prefeito de Varsóvia.
Como ministro da Justiça trabalhou contra o crime organizado e promoveu um sistema jurídico rigoroso e repressivo. "Sou e serei partidário da pena de morte", afirmava abertamente.
Fiel a suas convicções conservadoras, proibiu várias manifestações de homossexuais em Varsóvia.