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Tailândia: 15 mortos e 680 feridos em confrontos

Agência France-Presse
postado em 10/04/2010 16:05
Pelo menos 15 pessoas morreram e 680 ficaram feridas em violentos confrontos neste sábado (10/04) entre as forças da ordem e manifestantes contra o governo em Bangcoc, os mais sangrentos da Tailândia em duas décadas.

Entre as vítimas fatais figura um câmera japonês, que trabalhava para a agência Reuters.

Após um mês de manifestações pacíficas e um aumento progressivo da tensão, Bangcoc afundou no caos quando as forças de ordem - principalmente militares - e os "camisas vermelhas" se enfrentaram pelo controle de um bairro da cidade velha.

É a primeira grande operação das autoridades desde a instauração, na quarta-feira, do estado de emergência. Também é o maior número de vítimas em manifestações no país após as de 1992, que deixaram centenas de mortos.

Os confrontos, que se iniciaram após o meio-dia, foram se intensificando e as forças da ordem utilizaram gás lacrimogêneo e jatos d;água. Depois foram ouvidos muitos disparos de armas de fogo.

Pelo menos 15 pessoas morreram e 678 ficaram feridas, indicaram os serviços de assistência médica.

A Casa Branca pediu moderação de ambas as partes. "Lastimamos esta explosão de violência na Tailândia, nossa amiga e aliada de longa data, e pedimos negociações de boa fé entre as partes para resolver as dificuldades pacificamente", declarou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, Mike Hammer.

Os "vermelhos", partidários do ex-primeiro-ministro no exílio Thaksin Shinawatra, pedem eleições legislativas antecipadas e consideram Abhisit Vejjajiva, no poder desde dezembro de 2008, como totalmente ilegítimo.

"Quero condenar este governo porque utilizaram armas de guerra para matar tailandeses que pediam democracia", declarou Weng Tojirakarn, um dos líderes "vermelhos", ante os manifestantes em Ratchaprasong, para depois exigir novamente a renúncia de Abhisit e sua saída do país.

O líder da coalizão governamental, até agora sustentado pelos militares, se negou a renunciar em uma breve mensagem transmitida pela televisão.

"Seguiremos trabalhando, eu e meu governo, para resolver a situação", declarou o primeiro-ministro.

A operação militar deste sábado terminou em fracasso quando se tornou evidente que os manifestantes não recuavam e ganhavam espaço ante as forças de ordem.

Às 21h00 local (11h00 de Brasília), o Exército decidiu retroceder e pedir uma trégua para evitar um drama ainda maior.

"Os soldados devem se retirar, não há um local para se proteger. Não podemos fazer nada porque não podemos disparar contra o povo", disse à AFP o general Anupong Paojinda, comandante do Exército.

Outras manifestações ocorreram neste mesmo sábado no interior do país, uma das quais reuniu pelo menos 500 pessoas nos jardins da residência do governador de Chiang Mai, a principal cidade do norte, de onde Thaksin é oriundo.

Thaksin, um empresário e verdadeiro ícone dos "camisas vermelhas", foi derrubado em 2006 por um golpe de Estado militar. Há quase dois anos vive exilado.

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