Agência France-Presse
postado em 13/04/2010 16:54
O escândalo causado pela espionagem de magistrados, opositores e jornalistas pelo serviço secreto colombiano se intensificou devido a provas de que as ordens podem ter tido origem na sede do governo, o que foi desmentido pelo presidente Alvaro Uribe nesta terça-feira."Digo sob juramento, a você e a toda a opinião pública colombiana. Este é um governo que não apela para procedimentos turvos. É um governo que age de frente. Isso de mandar fazer interceptações é alheio à maneira de pensar e de trabalhar deste governo", disse Uribe à rádio Santa Fe de Bogotá.
Essas declarações são uma resposta às revelações feitas no final de semana pela Procuradoria Geral de que as escutas ilegais e perseguições podem ter sido ordenadas na Casa de Nariño (sede presidencial).
A espionagem afetou magistrados da Suprema Corte de Justiça, políticos opositores e jornalistas.
[SAIBAMAIS]O presidente da Suprema Corte de Justiça, Jaime Arrubla, comparou o fato ao caso ;watergate; e disse a jornalistas que "há uma conspiração de Estado, uma ação criminosa".
O candidato à Presidência pelo opositor Pólo Democrático Alternativo (PDA, esquerda), Gustavo Petro, um dos espionados, disse que denunciará Uribe à justiça como responsável pelas escutas.
O escândalo, que foi revelado pela imprensa no início de 2009, voltou à tona na semana passada depois das prisões de Gian Carlo Auque De Silvestri, ex-diretor de inteligência, e de Germán Villalba, ex-vice-diretor de Recursos Humanos.
Também foram detidos outros cinco ex-altos funcionários do serviço de inteligência, entre eles o ex-chefe de inteligência Fernando Tabares, o ex-diretor de contrainteligência Jorge Lagos, e a ex-diretora de operações, Luz Marina Rodríguez.