Agência France-Presse
postado em 13/04/2010 21:48
A China está disposta a discutir "novas ideias" para se resolver a questão do programa nuclear iraniano, declarou nesta terça-feira (13/4), em Washington, o vice-ministro chinês de Relações Exteriores, Cui Tiankai, acrescentando que Pequim continua privilegiando o diálogo."Observamos que as partes têm proposto ideias sobre como resolver a questão nuclear iraniana e apresentado provas ao Conselho de Segurança da ONU (...) e estamos dispostos a debater estas ideias", disse Cui ao final da Cúpula sobre Segurança Nuclear em Washington, assistida pelo presidente chinês, Hu Jintao.
[SAIBAMAIS]O funcionário destacou que Pequim prioriza o diálogo e a negociação com Teerã, e salientou que "não há diferença entre a posição atual da China e a posição que sempre defendemos".
Na véspera, os Estados Unidos anunciaram progressos na posição chinesa em relação a sanções contra o Irã, após um longo encontro entre o presidente americano, Barack Obama, e Hu Jintao. "Os dois presidentes (Obama e Hu Jintao) estão de acordo em que suas delegações trabalhem juntas" em torno de "sanções" contra a República Islâmica, declarou na segunda-feira o assessor da presidência americana Jeff Bader, após o encontro bilateral.
Nesta terça, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu colega turco, Recep Erdogan, se reuniram com Obama para tentar evitar sanções contra o Irã.
Foi uma reunião "franca e sincera", na qual Lula pediu a Obama que "dê uma oportunidade" à possibilidade de uma solução negociada para o Irã, revelou à imprensa o chanceler Celso Amorim.
Obama disse que espera a aprovação de novas sanções "nas próximas semanas" contra o Irã, mas para tal deve contar com a aprovação dos outros países do Conselho de Segurança das Nações Unidas com direito a veto, entre eles a China.
A iniciativa do Brasil é baseada na proposta do Irã para trocar, de uma só vez, 1.200 kg de urânio enriquecido a 3,5% por combustível nuclear para seu reator de pesquisa científica. O temor da comunidade internacional é que o urânio enriquecido, que o Irã produz em quantidades crescentes, acabe sendo utilizado na construção de uma arma nuclear.
Lula e Erdogan tentam uma forma de acomodar a proposta iraniana às demandas cada vez mais severas dos países ocidentais.