Agência France-Presse
postado em 14/04/2010 12:24
O cineasta Andrzej Wajda, diretor do filme "Katyn", sobre o massacre de oficiais poloneses na Rússia em 1940, pediu nesta quarta-feira (14/4) à Igreja que desista da decisão de enterrar o presidente Lech Kaczynski na catedral de Wawel, na Cracóvia, onde foram sepultados os reis da Polônia.
Em uma carta aberta, Wajda, diretor de filmes clássicos "Cinzas e Diamantes" e "O Homem de Ferro" (1981) e que recebeu o Oscar em 2000 pelo conjunto da obra, pede às autoridades eclesiásticas a "abandonar a decisão extremamente deslocada, tomada precipitadamente em um momento de luto".
Dezenas de milhares de internautas aderiram aos grupos que protestam contra o enterro em diversas redes sociais da Polônia e no Facebook.
Os manifestantes consideram que a homenagem não é merecida.
"O presidente Lech Kaczynski foi um homem modesto e bom, mas não há nenhuma razão para que repouse em Wawel entre os reis da Polônia e o marechal Jozef Pilsudski", herói da independência polonesa em 1918, escreve Andrzej Wajda na carta, publicada no site do jornal Gazeta Wyborcza (http://wyborcza.pl).
"Esta decisão desperta importantes protestos e representa o risco de de provocar divisões dentro da sociedade polonesa, as mais profundas desde 1989", quando caiu o regime comunista, afirma Wajda no texto, que assina ao lado da esposa, Krystyna Zachwatowicz-Wajda, figurinista de cinema e teatro.