Agência France-Presse
postado em 14/04/2010 14:03
Familiares de dois fuzilados durante o franquismo na Espanha se converteram nos primeiros a abrir um processo judicial na Argentina, amparados na jurisdição universal que rege para crimes contra a humanidade, segundo anunciaram em coletiva de imprensa.
"Esquecer o passado é cometer uma injustiça para com as vítimas da repressão, para com as gerações futuras. A busca de justiça é histórica, por mais dolorosa que seja (...), não é apenas importante para a Espanha, como tem ramificações para toda a Europa", segundo um documento lido na coletiva.
O espanhol Darío Rivas, 90 anos, um dos autores da ação, é filho de Severino Rivas, que ao ser executado era prefeito da localidade galega de Castro de Rei, em Lugo.
A outra autora da ação é a argentina Inés García Holgado, sobrinha neta de Elías García Holgado, fuzilado no início da guerra civil em 1936 quando também era prefeito de Salamanca,
A causa será instruída pela juíza María Servini de Cubría, que cuidou de casos representativos de corrupção e de forte conteúdo político durant os últimos 20 anos na Argentina, escolhido pelos querelantes para reativar um julgamento paralisado na Espanha pelos ataques ao juiz Baltasar Garzón.
O caso conduzido por Garzón foi interrompido pelas acusações de grupos de ultradireita, opostos à revisão de 113.000 casos de execuções, entre outros delitos contra a humanidade, desde que Francisco Franco se alçou em armas contra a República em 1936 e encabeçou em seguida uma ditadura até 1975.