postado em 15/04/2010 16:16
Brasília ; O programa nuclear do Irã foi um dos temas discutidos nesta quinta-feira (15/4) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente da China, Hu Jintao. Lula discutiu o assunto também com o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh. Os dois se reuniram separadamente com Lula.Segundo relato do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que acompanhou os encontros, o presidente Lula expôs a posição brasileira pela busca de uma solução pacífica e negociada para a questão nuclear iraniana.
Nas conversas, o presidente brasileiro também questionou a eficácia das sanções ao Irã, propostas pelo governo dos Estados Unidos. Para ele, em alguns casos, tais medidas podem ser até mesmo contraproducentes. ;Isso foi falado com mais profundidade com o primeiro-ministro indiano. As sanções, normalmente, as pessoas mais fracas e mais vulneráveis, e não os dirigentes;, afirmou Amorim, em entrevista à imprensa.
De acordo com Amorim, a impressão brasileira é que tanto o presidente da China, Hu Jintao, quanto o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, compartilham a posição brasileira em relação ao Irã. ;Nesses encontros, o presidente Lula deu uma explicação, para efeitos de transparência, sobre o que temos feito no caso do Irã. Nos comentários, percebemos uma grande afinidade de pontos de vista, tanto com um quanto com outro;, acrescentou o o ministro.
[SAIBAMAIS]Na entrevista, Amorim ressaltou que a conversa entre Lula e os presidentes se restringiu a uma troca de ideias, sem questionamentos sobre as posições de cada um. O chanceler reafirmou a intenção do Brasil em busca de uma solução negociada e pacífica para a questão nuclear no Irã, o que, segundo ele, ;exige flexibilidade também do lado do governo iraniano;.
;Lula reiterou a importância da flexibilidade do governo do Irã nesse tema, porque desejamos que o Irã tenha direito a seu programa nuclear para fins pacíficos, mas é importante também que a comunidade internacional se sinta confortável de que esse programa nuclear não está sendo usado para fins militares;, explicou Celso Amorim.
Os líderes estão em Brasília para participar do encontro do Bric, grupo formado pelo Brasil e pela Rússia, China e Índia.