Agência France-Presse
postado em 18/04/2010 11:27
O presidente chinês Hu Jintao pediu às equipes de resgate que continuem procurando sobreviventes, depois de visitar os feridos do terremoto no noroeste da China que deixou mais de 1.700 mortos e 256 desaparecidos, segundo o último registro divulgado neste domingo.O mandatário fez essas declarações depois que as equipes resgataram um homem de 68 anos que permaneceu mais de 100 horas preso sob os escombros, informou a agência Xinhua (Nova China).
"Resgatar as pessoas que ainda estão presas continua sendo a principal tarefa. Cada vida é um tesouro", disse Hu na aldeia de Datong, onde visitou sobreviventes.
Hu Jintao chegou neste domingo a Yushu, na província de Qinghai, na Meseta Tibetana do noroeste da China devastada há quatro dias por um terremoto que causou 1.706 mortes.
O registro de vítimas do sismo no noroeste da China chegou a 1.706 mortos, enquanto que 256 pessoas seguem desaparecidas, informou neste domingo a agência Nova China.
Houve um grande aumento no número de mortos, quatro dias depois do tremor de magnitude 6,9 (escala de momento) em Qinghai. O último registro era de 1.484 mortos e 312 desaparecidos.
O terremoto deixou também 12.000 pessoas feridas --1.400 delas com gravidade-- e 100.000 desalojados, indicou a agência oficial.
O presidente Hu, que interrompeu uma visita à América Latina para voltar à China, chegou a Yushu, na isolada província de Qinghai, na Meseta Tibetana, "para dirigir as operações de socorro e visitar os feridos", indicou a Nova China.
Antes do chefe de Estado, o primeiro-ministro Wen Jiabao já havia visitado esta região devastada, situada a cerca de 2.500 quilômetros de Pequim.
Neste domingo, a busca por vítimas continuava em Jiegu, mas a esperança de encontrar sobreviventes é pequena.
Cerca de 13.000 socorristas atuam nas operações de busca e resgate em condições muito difíceis, devido ao frio e à altitude, que é de 4.000 metros.
Os habitantes de Jiegu mencionavam uma possível visita do Dalai Lama, um dia depois das declarações do líder espiritual dos tibetanos em que pedia a Pequim que o autorizasse a viajar para a sua província natal de Qinghai.
"O Dalai Lama é nosso deus e gostaríamos de vê-lo voltar a sua terra natal. Se o governo o autorizar a voltar ficaremos muito felizes. O Dalai Lama é nosso sol", explicou à AFP Lhamo Yongsuo, uma moradora de Jiegu.
"Para atender aos desejos de muitas pessoas, desejo viajar para lá para reconfortá-los um pouco", indicou o Dalai Lama em um comunicado divulgado em Dharamshala, norte da Índia, onde vive exilado.
Uma visita do inimigo número um de Pequim, que não coloca os pés em território chinês desde o seu exílio em 1959, parece muito improvável.
No sábado, os monges realizaram a cremação de centenas de corpos para evitar a propagação de epidemias.
Hu Jintao voltou às pressas para Pequim proveniente do Brasil, onde participava de uma cúpula do grupo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) e cancelou também o restante de sua viagem, que o levaria a Venezuela e Chile.