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Inglaterra promove segundo debate político na TV com o olhar voltado para Nick Clegg

Agência France-Presse
postado em 21/04/2010 17:42
Os líderes dos três grandes partidos britânicos participam nesta quinta-feira de um segundo debate transmitido pela televisão, antes das eleições legislativas de 6 de maio, numa troca verbal considerada crucial para o chefe dos liberal-democratas Nick Clegg, que deve confirmar sua boa posição nas pesquisas.

O até então praticamente desconhecido Clegg, de 43 anos, chegou a ofuscar com sua atuação os até então dois principais candidatos à eleições: o primeiro-ministro trabalhista Gordon Brown e o líder conservador David Cameron, cujos partidos se alternaram no poder na Grã-Bretanha há 65 anos.

Seu sucesso na primeira disputa dedicada a assuntos de política interna refletiu-se logo nas sondagens. A última delas, realizada por YouGov para o jornal Sun, coloca nesta quarta-feira os "Lib Dems", liberal-democratas em primeiro lugar nas intenções de voto, com 34% - três pontos a mais que a pesquisa feita na véspera-, contra 31% dados aos conservadores e 26% aos trabalhistas.

Os especialistas estimam que Clegg, ex-deputado europeu, poliglota e casado com uma espanhola, será submetido à maior pressão neste segundo debate dedicado a assuntos de política externa, organizado pelo canal Sky News, em Bristol (sudoeste da Inglaterra). "Os britânicos não estão interessados em seu europeísmo. Não querem ser membros da Zona do Euro", disse à AFP Victoria Honeyman, professora de ciências políticas na Universidade de Leeds.

Em relação a este tema, Clegg deverá entrar em choque principalmente com David Cameron, cujos eleitores são em maioria "eurocépticos", e menos com Brown, que espera aliar-se com os "Lib Dems" na perspectiva cada vez mais provável de que nenhum dos partidos obtenha a maioria absoluta no Parlamento.

Além da Europa, os candidatos a primeiro-ministro abordarão temas como as impopulares intervenções militares no Iraque e no Afeganistão, onde a Grã-Bretanha possui ainda mobilizados 10.000 soldados. Eles vão se encontrar uma última vez, no dia 29, para falar de questões econômicas.

"Os próximos dias poderiam destruir o molde do bipartidismo que caracteriza a política britânica ou, ao contrário, demonstrarem que a vitória (de Nick Clegg) não é simplesmente flor de um dia", escreveu nesta semana a comentarista política Jackie Ashley no jornal The Guardian.

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