postado em 21/04/2010 19:22
Brasília ; Os quatro brasileiros que ficaram retidos na Bolívia em um protesto de trabalhadores já deixaram o país e se abrigaram no Chile. A informação é do Ministério de Relações Exteriores (MRE), que recebeu a notícia de parentes dos turistas brasileiros.Nesta quarta-feira (21/4) à tarde, a Embaixada do Brasil na Bolívia pediu às autoridades locais cuidados redobrados para garantir a integridade física dos brasileiros que estavam retidos na estrada que liga Potosí ao Salar de Uyuni. Entre as pessoas retidas, estavam os irmãos Marcos e Bruno Tossin, Herotides Ruiz Arruda e Diogo Arruda, filho de Harotides. Todos são de Curitiba.
A retenção ocorreu devido a uma manifestação de trabalhadores bolivianos contrários à atuação da mineradora San Cristóbal, de capital japonês, na região. A mineradora explora níquel, estanho, lítio e prata na região.
De acordo com o conselheiro da embaixada brasileira Carlos França, não houve hostilidade contra o grupo de 90 turistas, incluindo os brasileiros, que se dirigiam ao Salar de Uyuni. Ele informou que a manifestação em nada lembrou os violentos protestos contra o governo de Evo Morales ocorridos há dois anos.
;Não há conflito. Não há aquele clima de batalha campal. Além disso, não se trata de um ataque a brasileiros ou a turistas. O que está ocorrendo é uma questão local. São trabalhadores que protestam contra a presença dessa grande mineradora. Nossa preocupação é no sentido de garantir a integridade dos brasileiros;, destacou o conselheiro.
A estrada, que foi bloqueada em cinco pontos, sai da cidade de Potosí, passa pelo portal do Salar de Uyuni e vai até a fronteira com o Chile. O grupo de turistas ficou retido desde esta terça (20/4) na região também conhecida como Deserto do Sal, no Sul da Bolívia.
A mãe de Marcos e Bruno, Rosemaria Tossin, em entrevista à TV Brasil, disse esperar que os filhos voltem bem para casa. ;Eu quero que eles estejam de volta ao Brasil como eles foram, felizes. Eles estavam programando essa viagem há muito tempo, foi uma viagem de férias.;
Ela disse que se tranquilizou por saber que não se trata de um ataque terrorista. ;Eu fui informada de que são reivindicações de trabalhadores, e não de terroristas. É uma reivindicação social e nos alenta. Que não prejudiquem, não maltratem as pessoas, e sim chamem o mundo às suas reivindicações. Eu acredito, se Deus quiser, que tudo vai dar certo;, disse a mãe dos rapazes.