Agência France-Presse
postado em 25/04/2010 18:13
BAGDÁ - A Al-Qaeda está tendo dificuldades em recrutar voluntários no Iraque para cometer ataques suicidas e outros tipos de atentados, afirmou neste domingo o exército americano, apenas algumas horas depois de o movimento jihadista confirmar a morte de dois de seus líderes.
O general Ralph Baker, um militar de alta comando em Bagdá, afirmou que ninguém poderia negar que as mortes, em 18 de abril, do líder político da Al-Qaeda no Iraque, Abu Omar al Badgagi, e de seu chefe militar, Abu Ayub al Masri, que tinham vínculos diretos com Osama bin Laden, poderiam representar uma "decapitação" do movimento.
Se no passado a Al-Qaeda provou sua capacidade de se recompor depois de um revés, como ocorreu depois da morte de seu primeiro líder, o jordaniano Abu Madb Al-Zarqawi, em 2006, o general Baker estima que hoje a organização encontra-se em uma situação muito mais debilitada da qual ficará mais complicado regenerar-se, depois das centenas de prisões de membros da rede nos últimos meses.
"Quando Zarqawi morreu, outro tomou seu lugar em seguida, mas agora acreditamos que haja menos líderes carismáticos na Al-Qaeda em condições de tomar as rédeas da rede como no passado", disse a jornalistas.
Desde janeiro, os serviços de segurança e informação iraquianos, com o apoio americano, capturaram 404 membros da Al-Qaeda, incluindo "dezenas de líderes intermediários e superiores", revelou o general.
"Mas não é somente na direção que a Al-Qaeda teria problemas para encontrar substitutos. Sabemos que também tem dificuldades para recrutar suicidas", devido ao reforço das medidas de segurança na fronteira com a Síria, completou.
Segundo o centro americano de vigilância dos sites islâmicos (SITE), o Estado Islâmico do Iraque, um grupo de organizações rebeldes criada em 2006 e afiliada à Al-Qaeda, confirmou a morte de Al-Badgagi e de Al-Masri durante um bombardeio no norte de Bagdá, mas assegurou que uma nova geração estava pronta para substituí-los.