Agência France-Presse
postado em 27/04/2010 15:40
A Corte Suprema de Justiça argentina declarou inconstitucional o indulto decretado em 1990 a favor do ideólogo e ministro da Economia na ditadura (1976-1983), José Martínez de Hoz, no caso do sequestro de dois empresários, informou nesta terça-feira uma fonte judicial.A Corte "rejeitou um recurso extraordinário do ex-ministro da Economia" (Martínez de Hoz) contra uma decisão de um tribunal inferior que havia, também, declarado a inconstitucionalidade do indulto, afirmou o Centro de Informação Judicial.
Martínez de Hoz, que elaborou um severo plano de ajuste imposto na ditadura que deixou dezenas de empresas quebradas, foi beneficiado com um ato de clemência em 1990 assinado pelo então presidente Carlos Menem, que também favoreceu os ex-ditadores Jorge Videla e Emilio Massera, entre outros.
O máximo tribunal apoiou a Câmara de Apelações e o juiz de primeira instância Norberto Oyarbide, que acusou Martínez de Hoz e Videla pela prisão ilegal durante cinco meses, entre 1976 e 1977, de Federico Gutheim e de seu filho Miguel, donos de uma poderosa empresa têxtil.
Videla cumpre prisão domiciliar, acusado de graves violações aos direitos humanos, além do roubo de bebês e de participação no Plano Condor de coordenação repressiva com outras ditaduras sul-americanas.
Martínez de Hoz impôs um modelo econômico liberal intransigente que causou uma acelerada desindustrialização do país e alto desemprego durante a ditadura.
Seu plano econômico era inspirado na ortodoxia da Escola de Chicago, pela qual seus funcionários eram conhecidos como "Chicago boys".