postado em 27/04/2010 21:11
Legisladores de San Francisco e Los Angeles, bem como ativistas defensores dos direitos dos imigrantes, convocaram esta terça-feira a adoção de um boicote econômico contra o Arizona, em protesto contra a promulgação de uma dura lei que criminaliza os imigrantes ilegais.A resolução apresentada ao Conselho de Supervisores de San Francisco por seu membro, David Campos, chama a cidade a explorar rigorosamente os contratos com empresas do Arizona e estimular empresas privadas a interromperem os negócios que mantêm com o estado do sudoeste dos Estados Unidos, fronteiriço com o México. "Vemos o que estão fazendo como uma afronta aos princípios básicos da nossa Constituição", disse Campos à AFP.
"Sentimos que a medida tomada pelo Arizona é tão atroz que acreditamos que temos que tomar uma posição e deixar claro que pensamos que o que estão fazendo é errado", continuou.
O Conselho de Supervisores de San Francisco tem previsto votar esta resolução em 4 de maio. Os legisladores disseram que ainda é muito cedo para medir os efeitos que o boicote pode ter em San Francisco e o Arizona, caso seja aprovado como uma ação legislativa.
Em Los Angeles, os vereadores Ed Reyes e Janice Hahn introduziram uma resolução na terça-feira para pedir a cidade que se "abstenha de fazer negócios com o estado do Arizona".
"É importante que a segunda maior cidade do país responda a uma medida legislativa como esta, que na essência promove a perseguição e o preconceito racial a um grupo de pessoas que integram um grande número de cidadãos deste país. Mais da metade da população que vive em Los Angeles é latina e para nós não fazermos nada (a respeit) é inaceitável", acrescentou.
Em Los Angeles, membros das quatro principais organizações que estão convocando a marcha para 1; de maio por uma reforma migratória, também revindicam o boicote econômico contra o Arizona por "aprovar uma lei discriminatória como a SB107".
Na sexta-feira, a governadora republicana do Arizona, Jan Brewer, promulgou uma lei que permite à polícia interrogar qualquer cidadão que apresente "suspeitas razoáveis" de ser ilegal, sanciona todos aqueles que contratem diaristas ou transportem cidadãos sem documentos.
Neste estado, as organizações de direitos humanos estimam em meio milhão o número de estrangeiros sem documentos - majoritariamente mexicanos - em uma população de 6 milhões de habitantes.
Segundo pesquisas da imprensa local, a lei que entrará em vigor em 90 dias, se não for derrubada antes por processos que preparam os opositores, conta com um amplo apoio da população do Arizona.
A lei chegou a ser criticada pelo presidente americano, Barack Obama.