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Lula critica Honduras por perdão aos militares que deram golpe de Estado

postado em 28/04/2010 18:42
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou hoje (28) a iniciativa do governo do presidente de Honduras, Porfirio ;Pepe; Lobo, de anistiar os militares envolvidos no golpe que depôs o ex-presidente Manuel Zelaya. Segundo ele, o mesmo perdão não foi concedido ao presidente deposto e seus aliados. Para Lula, a atitude indica que a existência de uma ;democracia debilitada; e que as ;instituições não são fortes o suficiente;.

Em novembro, quando houve eleições presidenciais em Honduras, o governo brasileiro defendeu que o processo eleitoral só poderia ser reconhecido, se fosse restabelecida a antiga ordem, com Zelaya transmitindo o cargo para o seu sucessor, o que não ocorreu.

;Em Honduras, uma junta militar se achou no direito de tirar um presidente democraticamente eleito e colocá-lo para fora. E depois [os militares] acharam que poderiam fazer o que bem entendessem. O que ficou demonstrado no episódio de Honduras é que a nossa democracia continental ainda é debilitada e que as instituições não são fortes suficientes para que a gente possa ter todas as garantias não possa ter mais isso;.

Segundo o presidente, a alternativa para impasses, como o registrado em Honduras, é o multilateralismo. ;Em Honduras aconteceu uma coisa fantástica: o novo governo anistiou os militares, mas não anistiou o presidente deposto. É uma coisa que o multilateralismo terá de ajudar a encontrar uma solução;.

Em 28 de junho de 2009, uma junta militar com o apoio de integrantes do Congresso Nacional e da Corte Suprema de Honduras depuseram Zelaya. O ex-presidente foi obrigado a deixar o poder e o país. Depois, em setembro, retornou a Honduras e abrigou-se na Embaixada do Brasil - com o respaldo do governo Lula.

A permanência de Zelaya na embaixada gerou reações e discussões na comunidade internacional. O golpe que tirou o ex-presidente do poder levou a suspensão de Honduras da Organização dos Estados Americanos (OEA). O governo dos Estados Unidos liderou um processo de negociação para buscar um acordo entre os adversários e aliados de Zelaya que não prosperou. Neste período houve as eleições que deram vitória a Pepe Lobo.

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