postado em 29/04/2010 18:50
Brasília ; O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, deverá participar, na próxima segunda-feira (3/5), da Conferência Mundial sobre a Revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear, em Nova York, promovida pelas Nações Unidas. Para o Departamento de Estado norte-americano, o iraniano deve demonstrar interesse em reafirmar o compromisso contido no tratado. A presença de Ahmadinejad ocorre no momento em que o Irã é alvo de ameaças de sanções lideradas pelos Estados Unidos.O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Philip Crowley, afirmou que a expectativa é que Ahmadinejad reitere os termos do tratado. ;Queremos ver os países reafirmando seu compromisso com o tratado. Nós certamente esperamos que o presidente Ahmadinejad ou aquele que liderar a delegação iraniana chegue a Nova York disposto a reforçar o compromisso;, disse ele, em entrevista coletiva.
[SAIBAMAIS]No entanto, Crowley demonstrou desconfiar sobre um suposto apoio de Ahmadinejad ao tratato. ;O Irã não está desempenhando um papel construtivo e não seria surpresa para nós se eles continuarem neste caminho mesmo. E se eles fizerem isso, a liderança do Irã ficará cada vez mais isolada, assim como seu país e povo;, disse o porta-voz do Departamento de Estado norte-americano.
Perguntado se seria concedido o visto para entrada de Ahmadinejad nos Estados Unidos, Crowley sinalizou positivamente. ;Qualquer funcionário público estrangeiro que vá às Nações Unidas participar de reuniões oficiais normalmente tem o visto concedido;, afirmou ele.
O governo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, lidera uma campanha internacional em favor da fixação de sanções contra o Irã. Para os norte-americanos, os iranianos escondem no seu programa nuclear a produção de armas atômicas. Ahmadinejad negou as acusações. Porém, Estados Unidos, Inglaterra, França e Alemanha têm dúvidas sobre os fins pacíficos supostamente presentes no programa iraniano.
Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é fundamental manter o espaço para o diálogo com o governo Ahmadinejad. Lula critica a possibilidade de sanções. Até anteontem, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, estava em Teerã na tentativa de ampliar as negociações. No dia 15, Lula viaja para o Irã.