Agência France-Presse
postado em 03/05/2010 12:04
A polícia de Nova York divulgou nesta segunda-feira imagens de um homem branco, de meia idade, em atitude suspeita junto ao carro que acabou não explodindo na Times Square.O homem, com idade por volta dos 40 anos, foi filmado por uma câmera de segurança trocando de camisa perto do carro-bomba no sábado, um pouco antes do alerta que fez a polícia evacuar os milhares de turistas dos arredores.
A polícia local está estudando as imagens registradas por outras 81 câmeras de segurança espalhadas ao redor da Times Square e um vídeo feito por um turista que mostraria uma pessoa correndo na direção norte da Broadway.
No vídeo divulgado, o homem sob suspeita exibe um comportamento furtivo, segundo palavras do chefe da polícia de Nova York, Raymond Kelly. "Nós queremos simplesmente conversar com ele", afirmou Kelly à CNN. "Essas pessoas não são suspeitas, são pessoas com quem queremos conversar", insistiu.
O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, por sua vez, descartou no domingo que o carro-bomba encontrado em Times Square esteja ligado à Al-Qaeda ou a qualquer outro grupo terrorista importante. "Não há evidências de que isto tenha relação com a Al-Qaeda ou com qualquer outra organização terrorista importante", declarou Bloomberg.
"Confio que encontraremos quem fez isso", disse o prefeito ao lado do primeiro policial a chegar ao local, que foi convidado a jantar com Bloomberg como recompensa. Somos uma encruzilhada das estradas do mundo. As pessoas se sentem seguras em Nova York e continuarão vindo para cá", garantiu o prefeito.
[SAIBAMAIS]Em vídeo na Internet, um grupo talibã paquistanês, o Tarik-e-Taliban, assumiu a responsibilidade pelo carro-bomba, segundo o serviço SITE de monitoramento das redes extremistas na rede.
O líder talibã paquistanês Hakimullah Mehsud, dado como morto em janeiro, apareceu em um vídeo aparentemente gravado em abril anunciando ataques às grandes cidades americanas, revelou nesta segunda-feira o SITE.
Mehsud promete retaliar os Estados Unidos pela morte de militantes islâmicos, no vídeo supostamente gravado no dia 4 de abril. "Está próxima a hora em que nossos fedaeen (soldados) atacarão as grandes cidades dos Estados Unidos", afirma Mehsud no vídeo de nove minutos entre dois homens armados e mascarados.
Ele era dado como morto em um bombardeio de avião sem piloto (drone) americano no Paquistão em janeiro passado, mas segundo fontes da inteligência paquistanesa, teria escapado com vida do ataque.
Já o presidente Barack Obama afirmou no dia seguinte ao atentado frustrado que os serviços de segurança farão "o que for necessário" para encontrar o responsável pelo ataque fracassado.
Em visita à Louisiana, onde acompanhava os trabalhos contra a maré negra provocada pelo afundamento de uma plataforma de petróleo no Golfo do México, Obama disse ter conversado com Bloomberg. "Minhas equipes de segurança nacional já cumpriram todas as etapas necessárias para garantir que todas as agências, locais e estaduais, tenham total apoio e cooperação do governo federal", disse Obama. "Faremos o que for necessário para proteger os americanos e determinar quem está por trás deste ato potencialmente mortífero. Vamos fazer justiça", prometeu o presidente.
O carro-bomba foi levado para um local apropriado na manhã de domingo, onde está sendo examinado detalhadamente em busca de impressões digitais e vestígios com DNA.
Segundo Kelly, no carro foi armado um artefato explosivo incendiário potencialmente perigoso, com três bujões de propano, dois galões de gasolina e pólvora de fogos de artíficio. Também havia uma caixa com substância "com aspecto de fertilizante", cuja natureza exata não foi determinada, que se espalharia com a explosão.
O ataque fracassou porque a polícia foi alertada por um ambulante, que observou a fumaça que saía de uma caminhonete Nissan Pathfinder estacionada na zona entre a Rua 45, a Sétima Avenida e a Broadway.