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BP pagará custos de limpeza de vazamento de petróleo nos EUA

Agência France-Presse
postado em 03/05/2010 12:07

A companhia de petróleo britânica BP, que administrava a plataforma que afundou no Golfo do México, pagará "todos os custos necessários e apropriados de limpeza" da mancha negra, afirma a empresa em um comunicado divulgado nesta segunda-feira (3/5). O vazamento joga 800.000 litros de petróleo diários no mar.


"A BP assume a responsabilidade da resposta ao vazamento de óleo. Nós vamos limpar", afirma o grupo no comunicado publicado em um site dedicado à gestão da catástrofe ecológica.


Durante uma visita às costas da Louisiana no domingo, o presidente americano Barack Obama, já havia culpado a empresa britânica. Que as coisas sejam bem claras: a BP é responsável pelo vazamento. A BP pagará", afirmou.

O comunicado afirma ainda que a BP se compromete "a pagar todas as demandas de indenização legítimas e objetivamente verificáveis por perdas e danos vinculados pelo vazamento", citando em particular os danos aos bens, prejuízos às pessoas e perdas comerciais.

Segundo o jornal New York Times, a lei federal estabelece o limite de 75 milhões de dólares pela responsabilidade da BP no caso da mancha negra, fora os custos de limpeza.

Um fundo federal, alimentado por um imposto sobre o petróleo, pode cubrir até um bilhão de dólares de reparos, segundo o jornal americano.

Na véspera, Obama qualificou de "potencialmente sem precedentes" os danos ecológicos e econômicos causados pelo derramamento de petróleo na vulnerável costa do Golfo do México.

Obama, que realizava uma visita ao estado da Louisiana, atingido pela maré negra, afirmou ainda que a companhia britânica BP é claramente "responsável" pelo enorme derramamento de petróleo e deverá pagar pela limpeza. Então me deixem ser claros: BP é responsável por esse vazamento e vai pagar a conta", disse Obama aos jornalistas. "Mas, como presidente dos Estados Unidos, não vou economizar esforços para reagir a esta crise pelo tempo que for necessário".

[SAIBAMAIS]Quanto aos danos causados pelo vazamento, o presidente afirmou: "Agora, eu acredito que os americanos estão cientes, certamente o povo do Golfo está ciente, de que estamos lidando com um grande e potencialmente sem precedentes desastre ambiental".

"O petróleo que ainda está vazando pode danificar seriamente a economia e o meio-ambiente de nossos estados do Golfo", explicou, acrescentando: "Isso pode durar por muito tempo. Isso pode pôr em perigo a subsistência de milhares de americanos que chamam esse lugar de casa", disse.

O presidente rebateu as críticas sobre a lenta reação das autoridades ao destacar que "o governo federal liderou e coordenou uma intervenção na qual todos os atores estão totalmente envolvidos desde o primeiro dia".

A catástrofe ambiental foi deflagrada no dia 22 de abril, com o afundamento de uma plataforma de petróleo da BP no Golfo do México.

Os fortes ventos e o mar agitado interromperam no sábado as operações dos barcos encarregados de conter a maré negra, que já alcançou a costa e ameaça se tornar uma das piores catástrofes ecológicas da história dos Estados Unidos.

Apesar de todos os esforços, "a mãe natureza não está cooperando", declarou a secretária de Segurança Interna, Janet Napolitano. "As condições meteorológicas impedem a queima (do petróleo) no mar, sua recuperação ou qualquer outra operação".

O almirante da Guarda Costeira Thad Allen, designado no sábado por Obama para dirigir as operações, revelou que as equipes de intervenção esperam "uma oportunidade" para retomar a queima de partes da maré negra.

Segundo Allen, as equipes trabalham contra o tempo, já que o vazamento pode aumentar e chegar "aos 16 milhões de litros por dia", algo muito superior à estimativa de 800 mil litros diários.

A BP trabalha em três frentes para deter o vazamento: seis robôs submarinos tentam fechar a válvula do poço, que pesa 450 toneladas, a companhia iniciou a perfuração de poços secundários para reduzir a pressão e injetar uma substância para fechar definitivamente o poço; e está construindo uma enorme "cúpula", de 70 toneladas, para colocá-la no fundo do mar e canalizar a saída do petróleo.

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