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Em tom religioso, Ahmadinejad faz discurso na ONU contra a bomba atômica e critica os Estados Unidos

postado em 03/05/2010 16:16
Na sede das Nações Unidas, em Nova York, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, na presença de representantes de 189 países, afirmou hoje (3/5) que a bomba atômica é um crime contra a humanidade que põe em risco a segurança de todos. Com um discurso mais longo do que o previsto, citando o nome de Deus e dos profetas, Ahmadinejad responsabilizou os Estados Unidos por não cooperarem com o fim do desarmamento. Também criticou os que condenam sua política e lembrou que, no passado, norte-americanos utilizaram armas nucleares.

Ahmadinejad negou, mais uma vez, que o programa nuclear iraniano pretenda desenvolver armas atômicas. Segundo ele, o programa tem fins pacíficos. O presidente iraniano criticou os que são contrários à política desenvolvida no país. ;Na nova política, eles [os contrários ao Irã] dizem que não irão desenvolver armas, mas eles vão aumentar a sua capacidade de reforço o que significa dar maior capacidade de armas nucleares para matar e destruir sem ser testado;, reagiu ele.

Em resposta às suspeitas sobre uma eventual produção de bombas atômicas, por meio do programa nuclear do Irã, Ahmadinejad afirmou que ;bombas nucleares, mesmo produzidas e estocadas sob o pretexto de dissuasão, são um ato perigoso e uma estratégia errada que vai contra o principal curso de segurança. É uma ameaça em primeiro lugar, que produziu e estocou armas;.

Indiretamente, Ahmadinejad atacou os Estados Unidos e o Japão, que no passado utilizaram armamentos nucleares, e atualmente pressionam pela adoção de sanções contra o Irã. ;As consequências [provocadas pelos armamentos atômicos] são desastrosas, como as explosões atômicas em Hiroshima e a utilização de bombas nucleares no empobrecido sul do Iraque. Armas nucleares são, portanto, um fogo contra a humanidade, em vez de uma arma de defesa ou ofensa;, disse ele.

Ameaçado por pressões da comunidade internacional e por integrantes do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o iraniano atacou o órgão, afirmando que não conseguiu construir uma unidade em favor da segurança sustentável.

;Por mais de 60 anos, o Conselho de Segurança e as Nações Unidas não conseguiram construir o sentimento de segurança sustentável da segurança nas relações internacionais. A mentalidade existente em todas as sociedades é amplamente afetada por um sentimento de ameaça e insegurança;, afirmou Ahmadinejad.

O presidente do Irã também não poupou a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) que permanentemente afirma que seus especialistas não conseguem inspecionar as usinas iranianas. Para Ahmadinejad, a agência se submete a orientações dos Estados Unidos e demais países que discordam da política adotada por ele.

;A presença e influência política de um certo número de países têm impedido a Aiea de realizar suas funções legais. O governo dos Estados Unidos não deve ser um membro do Conselho de Governadores pois além do uso de bombas atômicas durante a guerra com o Japão adotou também a mesma estratégica contra o Iraque por meio de munições de urânio enfraquecido;, reagiu Ahmadinejad.

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