postado em 03/05/2010 17:16
Em meio ao avanço da onda de violência na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (3/5) que há "mais gente honesta, trabalhadora e decente do que traficantes" na região. A área é suspeita de abrigar ações conjuntas da facção criminosa brasileira Primeiro Comando da Capital (PCC), do Exército do Povo Paraguaio (EPP) e das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Para os investigadores, integrantes destes grupos teriam organizado o atentado ao senador paraguaio Robert Acevedo na semana passada."Temos que ter em mente que na fronteira do Brasil, nós temos muito mais gente honesta, trabalhadora e decente do que traficantes. Nós sabemos que o narcotráfico é uma organização poderosa. É uma coisa difícil", disse Lula que se reuniu hoje com o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, para tratar entre outros temas sobre a violência na região fronteiriça.
A reunião ocorre em Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai. A cidade tem apenas uma rua que a separa de Pedro Juan Caballero, no Paraguai. No último dia 26, Acevedo teve o carro atacado. Ele conseguiu escapar apenas com alguns ferimentos, mas dois de seus assessores morreram.
Em seguida, o presidente lembrou que a área envolve 16 mil quilômetros de fronteira seca e mais 8 quilômetros (km) por mar. No total, o Brasil tem 11 fronteiras, na região apenas com o Chile e Equador não há áreas fronteiriças. "Em 500 anos de história não teve tanto investimento para segurança na fronteira [com o Paraguai]", reclamou Lula.
Acompanhando Lula a Ponta Porã, o ministro da Justiça, Luiz Paulo Teles Barreto, disse hoje que serão implementados projetos que unem as forças da Polícia Especializada de Fronteira, Polícia Federal e secretarias de Segurança Pública. A ideia é manter 46 homens da Força Nacional de prontidão na região. Segundo ele, a medida será estendida às 11 fronteiras do Brasil e seus vizinhos.
No total, serão dispostos 46 homens em cada uma das 11 fronteiras. O objetivo, segundo Barreto, é investir cerca de R$ 56 milhões. De acordo com ele, são 11 fronteiras cada uma com suas peculiaridades ; do crime organizado às ações transacionais. ;A partir daí uma integração nacional inédita que vamos começar, então a um combate mais sistemático, envolvendo inteligência com relação a estes delitos;, disse o ministro.