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EUA garantem ter 'pistas sérias' sobre atentado na Times Square

Agência France-Presse
postado em 03/05/2010 18:57
Os Estados Unidos têm "pistas sérias" acerca dos autores do atentado frustrado da Times Square em Nova York graças às câmeras de vigilância, indicou nesta segunda-feira (3/5) o procurador-geral de Justiça, Eric Holder.

"Temos pistas sérias" vinculadas ao vídeo registrado por uma das câmeras de vigilância, "mas também seguimos outras pistas", afirmou Holder.

Um carro-bomba incendiário e potencialmente mortífero foi desativado sábado na Times Square, sem que até o momento a polícia tenha informado sobre sua origem.

As autoridades buscam intensamente um homem branco de cerca de 40 anos, visto em um vídeo gravado próximo ao carro-bomba quando ocorreu o incidente.

O homem foi filmado quando trocava de camisa por uma das 82 câmeras de vigilância policial, antes que o alerta fosse dado e a polícia retirasse milhares de turistas presentes no local, vizinho aos teatros.

"Há uma grande probabilidade de encontrar quem fez isto", comentou nesta segunda-feira o prefeito Michael Bloomberg à ABC News. "Temos muitas evidências".

Segundo o Washington Post, os investigadores estão se inclinando pela tese de um complô com conexões no exterior. "Não se surpreendam se houver uma conexão estrangeira, estão buscando mais indícios que apontem nessa direção", disse um funcionário americano citado pelo Post que preferiu não ter o nome divulgado.

O chefe da polícia de Nova York, Raymond Kelly, indicou que "há mais de 82" vídeos. Explicou que a polícia dispõe não apenas de suas próprias câmeras de segurança, mas também das gravações de empresas privadas.

"As 82 são câmeras que pertencem à cidade de Nova York, entre as ruas 51 e 34. É um procedimento trabalhoso, que leva muito tempo", comentou o chefe da polícia.

Os investigadores também examinam o misterioso veículo, um Nissan Pathfinder verde que continha dispositivos pirotécnicos, galões de propano, gasolina, fios elétricos, fertilizante e dois relógios.

Não são muito claras as razões da falha do detonador, após a caminhonete começar a pegar fogo.

O fertilizante estava em uma caixa de metal. Outro tipo de fertilizante pode ser utilizado para fazer explosivos similares ao utilizado por Thimothy McVeigh no atentado da Cidade de Oklahoma em abril de 1995, que matou 168 pessoas, mas Kelly afirmou que a substância neste caso não era explosiva.

O chefe de polícia explicou, entretanto, que se a bomba tivesse explodido, teria criado uma "significativa bola de fogo" capaz de matar pessoas.

O motor estava ligado, assim como o pisca-pisca, quando o veículo atraiu a atenção de um vendedor ambulante.

O vendedor, um veterano da Guerra do Vietnã, Wayne Rgatigan - agora convertido em heroi nacional pela imprensa local - correu ao redor do automóvel, viu fumaça e sentiu o cheiro de pólvora, antes de avisar a polícia.

"Acreditei que ia explodir a qualquer momento", afirmou ao New York Daily News. Kelly explicou que a placa fria do Nissan pertencia a um veículo localizado em um ferro-velho de Connecticut, cujo dono foi contactado.

Segundo a CBS, o Nissan foi vendido há três semanas por seu dono através do site Craigslist, por um valor de 1.300 dólares em dinheiro e entregue pessoalmente a um indivíduo que parecia ser do Oriente Médio ou latino.

Kelly indicou que a polícia divulgará outro vídeo nesta segunda-feira, obtido de um turista que estava na Times Square e que mostra um indivíduo correndo.

Outra pistas investigadas são as ameaças proferidas no mês passado por um grupo islamita de Nova York contra o programa South Park, que havia mostrado em um de seus recentes episódios o profeta Maomé.

O carro-bomba foi estacionado entre as ruas 45 e a Broadway, em frente à sede da Viacom, empresa dona da ComedyCentral, que produz o South Park.

Ouvida a respeito, a secretária de Segurança Nacional, Janet Napolitano, disse que no momento não se descarta nenhuma pista: "Trata-se de uma investigação aberta, que realmente está na etapa preliminar".

Nova York está em alerta terrorista desde os atentados de 11 de setembro de 2001. O grupo talibã paquistanês Tehrik-e-Taliban reivindicou o atentado de sábado, mas as autoridades não acreditam em uma eventual relação e optaram por nada confirmar.

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