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Hatoyama desiste de transferir base americana de Okinawa

Agência France-Presse
postado em 04/05/2010 12:11
primeiro-ministro japonês, Yukio Hatoyama, anunciou nesta terça-feira (4/5) que desistiu de transferir uma controversa base americana instalada na ilha de Okinawa, rompendo assim uma de suas principais promessas de campanha.

"Sinto verdadeiramente por ter que pedir a compreensão dos habitantes de Okinawa, já que uma parte das operações da base têm que ser mantidas", disse Hatomaya durante sua primeira visita à ilha desde que foi eleito, em setembro do ano passado.

Durante a campanha eleitoral, Hatoyama prometeu que retiraria da ilha de Okinawa a base aérea de Futenma, que fica em pleno centro da cidade, ou até mesmo do país, para aliviar a população local, que não suporta o barulho e o aumento da criminalidade.

Esta foi a primeira vez que o chefe Governo admitiu publicamente que não conseguirá cumprir a promessa.

Hatoyama está mal nas pesquisas de opinião e o anúncio deve complicar ainda mais a vida do Partido Democrata do Japão (PDJ) a dois meses das eleições para o Senado.

Ao desembarcar em Naha, capital de Okinawa, Hatoyama foi recebido por manifestantes que exigiam a transferência da base americana.

Depois se reuniu com o governador da ilha, Hirokazu Nakaima, que ressaltou o crescente descontentamento da população local.

Em 25 de abril, 90.000 pessoas saíram às ruas para exigir a retirada da base americana.

"Percebemos que seria difícil retirar todas as operações de Okinawa", disse o premier ao governador.

"Devemos pedir a compreensão dos habitantes para que suportem uma parte da carga", completou Hatoyama.

A questão da base de Futenma provocou tensões nas relações com os Estados Unidos, principal aliado do Japão.

Depois de mais de 10 anos de negociações, o antigo governo conservador japonês e Washington assinaram em 2006 um acordo para a transferência da base a uma área menos povoada de Okinawa, na baía de Henoko, apesa da oposição dos moradores da área.

Durante a campanha eleitoral, o PDJ se comprometeu, em caso de vitória, a modificar o acordo e encontrar um novo lugar para a base fora da ilha de Okinawa, que abriga mais da metade dos 48.000 soldados americanos presentes no Japão.

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