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BP consegue selar o menor dos três escapamentos no Golfo do México

Agência France-Presse
postado em 05/05/2010 15:34
O grupo petroleiro BP conseguiu selar o menor dos três escapamentos causadores da maré negra no Golfo do México, enquanto equipes de emergência tentam proteger as ilhas e o frágil litoral em perigo pelo vazamento de petróleo.

Os dias de trabalho junto às costas da Louisiana (sul), com submarinos atuando a 1.500 metros de profundidade, finalmente renderam frutos quando a válvula foi colocada sobre o menor dos três escapamentos, que deixou de liberar petróleo.

O fato, no entanto, não altera significativamente a quantidade de petróleo derramado na zona e ameaça a costa americana do Golfo, e o trabalho se concentra em fechar os dois outros vazamentos.

"Calculamos que o derramamento se manterá no mesmo nível, ainda que restem apenas dois escapamentos", disse Brandon Blackwell, chefe da Guarda Costeira, à AFP. "Mas trabalhar sobre dois vazamentos será claramente mais fácil que sobre três. Estamos avançando".

Mais de duas semanas após a explosão da plataforma marítima Deepwater Horizon, o impacto da catástrofe se transformou em uma massiva maré negra no Golfo do México, que põe em risco as comunidades costeiras.

Calcula-se que cerca de 9,5 milhões de litros de petróleo vazaram desde que a plataforma utilizada pela britânica BP afondou espetacularmente no dia 22 de abril, ainda em chamas dois dias após a explosão que matou 11 funcionários.

O duto que conectava a plataforma à cabeça do poço jaz agora quebrado a 1.500 metros de profundidade e expele petróleo a um ritmo de 800 mil litros por dia.

O derramamento desencadeou temores de uma catástrofe ambiental na região, que tem 40% dos pântanos americanos, área essencial de desova para peixes, camarões e caranguejos, além de uma importante parada para as aves migratórias.

O porta-voz da BP, John Curri, afirmou que as equipes de emergência esperam combater o derramamento com a colocação de uma "cúpula de confinamento", que pode conter o vazamento principal, capturando o petróleo e levando-o por um cano até um navio na superfície.

"O sistema de recolhimento está embarcado", disse Curry à AFP. "Está indo hoje (quarta-feira), esperamos poder instalá-lo até o fim de semana", explicou sobre esse tipo de tampa que conterá o maior dos três vazamentos.

Voluntários e equipes de ajuda se voltaram à região para combater a contaminação.

Funcionários do Pentágono autorizaram o uso de tropas adicionais da Guarda Nacional, o que pode significar a mobilização de 6 mil efetivos na Louisiana, 3 mil no Alabama, 2.500 na Flórida e 6 mil no Mississipi.

Funcionários do governo estimaram também que cerca de 7.500 pessoas ajudaram a proteger a costa e a fauna silvestre.

Trabalhadores da National Wildlife Foundation encontraram uma tartaruga marinha nadando através da maré negra a 25 km ao sul da Louisiana. O grupo contratou um barco e navegou até o Golfo.

Mas ninguém a bordo estava treinado para resgatar animais, e acabaram se vendo forçados a abandonar a estressada tartaruga na mancha de petróleo e se limitaram a reportar suas coordenadas.

A mancha de petróleo ameaça animais de mais de 600 espécies.

Doze barcos de pescadores e 10 embarcações oficiais de resgate instalaram barreiras de proteção em torno de algumas das ilhas Chandeleur.

Na Flórida, as autoridades se preparam para o impacto do derramamento de petróleo caso a corrente leve a contaminação para sua costa.

Nas zonas costeiras de Mississipi, Alabama e Louisiana, os meteorologistas calculam que a maior parte da maré negra não chegará em terra antes do fim de semana.

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