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Porta-voz da Casa Branca diz que Al-Qaeda perdeu força

postado em 06/05/2010 09:02

A rede terrorista Al-Qaeda está enfraquecida e obrigada a recorrer a atentados "menos sofisticados". A revelação foi feita ontem à tarde pelo porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs. Mesmo sem ligar o ataque frustrado na Times Square (em Nova York) à organização de Osama bin Laden, ele afirmou que vários complôs extremistas foram desmantelados recentemente. ;A Al-Qaeda sofreu uma degradação de seu comando e de sua estrutura de controle;, garantiu o assessor da Presidência dos Estados Unidos.

De acordo com Gibbs, a entidade teve reduzida sua habilidade em planejar e executar ataques espetaculares, como o que ocorreu em 11 de setembro de 2001. ;Nossos esforços antiterror no Sul da Ásia, na África e no resto do mundo levaram o grupo a cometer ataques menores;, disse.

Em viagem ao Afeganistão, o cingalês Rohan Kumar Gunaratna ; um especialista que já entrevistou vários militantes da Al-Qaeda ; admitiu que a organização enfrenta uma fase ;muito difícil;. ;A Al-Qaeda está tendo muitos problemas para realizar ataques de grande envergadura;, afirmou ao Correio, por telefone. ;Os militantes de Bin Laden estão sendo caçados. Outras facções podem cometer atentados contra os Estados Unidos, mas não aquelas diretamente ligadas à Al-Qaeda.;

O dia seguinte ao indiciamento do paquistanês Faisal Shahzad, 30 anos, foi de preocupação com a segurança. Desde ontem, as companhias aéreas são obrigadas a checar os nomes de passageiros proibidos de embarcar até duas horas depois de acionadas pelas autoridades de segurança americanas. A norma anterior concedia às empresas um prazo de 24 horas para a inspeção da lista. O governo dos EUA colocou o nome de Shahzad no sistema às 12h30 de segunda-feira (hora local) e, três minutos depois, notificou a Emirates Airlines. A companhia não inspecionou a listagem e vendeu ao acusado um bilhete para o Paquistão, com conexão em Dubai, às 19h35.

Cautela e surpresa


Na Times Square ; a mais famosa avenida de Manhattan ;, a polícia instalou torres de vigilância móveis. No metrô, agentes revistavam bolsas. Também foram mobilizados mais oficiais do que o normal na região do quartel-general do Departamento de Polícia de Nova York. Segundo o jornal The New York Times, o FBI (a Polícia Federal dos EUA) perdeu o rastro de Shahzad antes de ele dirigir até o Aeroporto Internacional JFK, na segunda-feira.

Se em Nova York a cautela predomina, em Bridgeport (Connecticut) o clima ainda é de surpresa com a prisão do analista financeiro de Wall Street que tentou explodir um carro-bomba em Manhattan. Em entrevista ao Correio, pela internet, Lavonne Muse disse que viu Shahzad algumas vezes na loja da esquina. ;Eu não sabia que ele vivia atrás de minha casa;, comentou. ;A residência dele sempre parecia vazia e havia uma placa de ;aluga-se;;, acrescentou. Segundo a mulher, o paquistanês parecia um ;cavalheiro;. ;Ele manteve a porta aberta até que eu passasse;, lembra.

Bin Laden em Washington?

O presidente do Irã, Mahmud Ahmadinejad, afirmou que o líder da rede terrorista Al-Qaeda, Osama bin Laden, está em Washington. A suposição foi levantada em entrevista exibida ontem pela rede de TV norte-americana ABC. ;Fiquei sabendo que está em Washington;, disse Ahmadinead, ao ser questionado se o extremista estava escondido no Irã. ;Sim, fiquei sabendo. Ele está lá (na capital dos Estados Unidos). Porque era um antigo parceiro do senhor Bush. Eles eram colegas, de fato, nos bons tempos. Você sabe disso. Estavam juntos no negócio do petróleo. Trabalharam juntos;, declarou.

De acordo com Ahmadinejad, ;Bin Laden nunca cooperou com o Irã, mas com o senhor Bush;. No entanto, o iraniano não explicou se ele se referia ao ex-presidente George Bush (1989-1993) ou ao filho dele, o também ex-presidente George W. Bush (2001-2009). ;Pode ter certeza de que está em Washington;, completou, sem perder a seriedade. ;O governo americano invadiu o Afeganistão para prender Bin Laden. Eles provavelmente sabiam onde Bin Laden estava. Se não sabiam, invadiram por quê?;, perguntou. Ele criticou a secretária de Estado, Hillary Clinton, a quem acusou de ;querer levar logo as relações com o Irã a um ponto de confronto;. ;Ela toma constantemente medidas contra o governo iraniano;, desabafou.

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