Agência France-Presse
postado em 06/05/2010 15:53
A social-democrata Laura Chincilla se tornará neste sábado (8/5) a primeira mulher a chegar à Presidência da Costa Rica, com o objetivo de manter o país no caminho do crescimento econômico e da geração do empregos, além da luta contra a insegurança e o narcotráfico.Chinchilla, de 51 anos, receberá a faixa presidencial das mãos de seu mentor e colega do Partido Liberação Nacional (PLN, centro-esquerda), Oscar Arias, no sábado às 17H30 GMT (14H30 de Brasília) em uma cerimônia "popular", ante a presença de oito presidentes - centro-americanos, da Colômbia, México e Geórgia - e de diversas delegações.
Também estará presente o príncipe herdeiro espanhol Felipe de Bourbon, enquanto os Estados Unidos serão representados pela embaixadora para as Nações Unidas, Susan Rice.
A equipe da presidente eleita preparou uma grande festa popular no Parque La Sabana, a poucos passos de onde os chineses constroem o novo Estádio Nacional, porque ela quer "celebrar esse dia com o povo da Costa Rica".
Entretanto, além da chuva presente todos os dias nessa época do ano, sindicalistas e estudantes ameaçam atrapalhar a festa com manifestações, caso sua capacidade de diálogo não consiga persuadi-los de que a "Costa Rica não merece que façam isso", segundo comentou.
Nos três meses como presidente eleita, o diálogo foi uma constante, como demonstrou indo aos "feudos" de seus principais rivais políticos após sua ampla vitória (47%) nas eleições de 7 de fevereiro.
A futura presidente da democracia mais antiga e estável da América Latina já concluiu a nomeação de seu governo e de diretores das principais instituições do país, em que aparecem mais técnicos do que políticos e mais homens do que mulheres. Também há mais representantes de governos anteriores que no de Arias.
Acompanhada por dois vice-presidentes, um "econômico", o banqueiro Luis Liberman, e outro "ambiental", Alfio Piva, a prioridade de seu governo é o crescimento econômico. O país aspira crescer cerca de 4% neste ano e gerar mais empregos.
O novo governo precisa de recursos para seus dois projetos principais no campo social, reduzir a pobreza e criar uma rede de saúde para idosos e crianças, e para aumentar a polícia, melhorando seu desempenho na luta contra a insegurança e contra as redes do crime organizado, cada vez mais presentes na Costa Rica.
O governo de Arias deixa para a nova presidente um rombo fiscal de 5%, e os analistas consideram que é imprescindível que isso comprometa a adiada reforma fiscal, tão impopular para qualquer governo, apesar de não entrar em seus planos pelo menos no primeiro ano de mandato, segundo admitiu.
Diferente do governo de Arias, Chinchilla deixou claro em suas visitas aos países da região que a integração da América Central será uma prioridade sobretudo para superar a insegurança, e espera contar com a ajuda dos Estados Unidos, para quem pediu à chefe da diplomacia, Hillary Clinton, mais meios para lutar contra o crime organizado.
Em seu governo terá que sancionar também os Tratados de Livre Comércio negociados com Cingapura e China, país com o qual Arias estabeleceu relações diplomáticas em 2007 - o único na América Central - e o Acordo de Associação com a União Europeia, se ambas as regiões concluírem as negociações como se espera.