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Pyongyang quer trabalhar com Pequim para retomar negociações nucleares

Agência France-Presse
postado em 07/05/2010 07:38
O líder norte-coreano, Kim Jong-Il, encerrou nesta sexta-feira (7/5) uma visita a China cercada de segredo, durante a qual, de acordo com as autoridades chinesas, afirmou estar disposto a retomar as negociações sobre seu programa nuclear, que o país abandonou ano passado.

Kim Jong-Il, se "comprometeu" com o desarmamento nuclear e a "trabalhar com Pequim" para retomar as negociações na região, informou nesta sexta-feira a agência Nova China, ao confirmar o encontro do dirigente da Coreia do Norte com o presidente chinês, Hu Jintao.

A visita de Kim Jong-Il à China e sua disposição de retomar as negociações sobre o polêmico programa nuclear de seu país foi noticiada na quinta-feira pela imprensa sul-coreana, mas sem confirmação oficial.

"Kim disse que a República Democrática e Popular da Coreia (RDPC) trabalhará com Pequim para criar as condições favoráveis à retomada das negociações" a Seis sobre o polêmico programa nuclear da Coreia do Norte, revelou a agência oficial chinesa.

Segundo a Nova China, o secretário-geral do Partido dos Trabalhadores da RDPC, Kim Jong-Il, e o chefe de Estado chinês, Hu Jintao, se encontraram em Pequim durante visita oficial do líder norte-coreano à China, entre 3 e 7 de maio.

[SAIBAMAIS]Kim Jong-Il disse a seus interlocutores que "permanece comprometido" com a eliminação das armas nucleares da península coreana, destaca a Nova China.

A Coreia do Norte abandonou em maio de 2009 as negociações a Seis, que incluíam ainda Coreia do Sul, China, Estados Unidos, Rússia e Japão, na tentativa de persuadir o regime comunista a abandonar seu programa militar atômico.

Pyongyang, que fez dois testes nucleares em 2006 e 2009, respectivamente, está submetido às sanções da ONU por negar-se a deter o programa atômico.

A Coreia do Norte afirmava que não negociaria de novo até que fossem suspensas as sanções da ONU, e Washington aceitasse discutir um tratado de paz formal.

Como de costume, a imprensa oficial só noticiou a visita a China de Kim Jong-Il depois do fim desta, assim como os encontros com o presidente Hu Jintao e com o primeiro-ministro Wen Jiabao.

A televisão estatal chinesa exibiu nesta sexta-feira imagens de um Kim envelhecido e enfraquecido, mas sorridente, depois das autoridades de Pequim terem se recusado a confirmar a presença do norte-coreano no país no início da semana.

A viagem à China - a primeira desde 2006 - aconteceu em um momento no qual Pequim deseja dar um novo estímulo às discussões suspensas pelo regime norte-coreano em maio de 2009, em um contexto de tensão com a Coreia do Sul.

Seul advertiu que uma eventual retomada das negociações só acontecerá após as conclusões da investigação internacional sobre o naufrágio, em março, de um navio de guerra sul-coreano, no qual morreram 46 marinheiros e que pode ter sido provocado por um torpedo norte-coreano.

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