Agência France-Presse
postado em 10/05/2010 15:30
Começou nesta segunda-feira (10/5), na Bolívia, uma greve por tempo indeterminado, convocada pela Central Operária Boliviana (COB), principal força sindical do país, para exigir melhores salários. Trata-se do primeiro distanciamento sério entre o presidente Evo Morales e parte de sua base de apoio - as centrais sindicais.Umas 300 pessoas participam da caminhada de 200 km de lançamento da paralisação, segundo estimativas oficiais.
A greve, convocada pela COB na quinta-feira (6/5) à noite, foi condenada pelo vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, que sugeriu que por trás da iniciativa está a embaixada dos Estados Unidos.
"Nós que viemos da luta sindical sabemos que uma greve geral por tempo indefinido tem conteúdo político. Declara-se greve indefinida para derrubar governos", disse García Linera.
Segundo o vice-presidente, desde que Morales assumiu o governo, em 2006, os grupos de direita "tentaram dar um golpe de Estado, assassiná-lo (...) não duvidaria que por trás disso também possam estar alguns funcionários da embaixada americana".
A COB, que reúne a totalidade dos sindicatos bolivianos, também considerou insuficiente o aumento de 5% nos salários dos funcionários públicos proposto pelo governo.
Segundo os veículos da imprensa local, 39 dos 50 setores afiliados à COB acatarão à greve. Já entre os camponeses, os cocaleiros e a Federação das Mulheres Camponeses afirmaram que não vão aderir ao protesto. A paralisação é também apoiada pelos mineiros.