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Chanceler argentino relata passagem por pavilhão da morte na ditadura

Agência France-Presse
postado em 11/05/2010 15:19
O chanceler da Argentina, Jorge Taiana, relatou nesta terça-feira (11/5) sua passagem por um "pavilhão da morte" durante a ditadura (1976-1983), em suas declarações como testemunha em um dos julgamentos dos crimes de lesa-humanidade.

"Estive no pavilhão da morte, de onde tiravam as pessoas que depois eram executadas", relatou Taiana ante o tribunal que julga 14 ex-policiais da Unidade Penitenciária 9 de La Plata (60 km ao sul do país).

O ministro passou dois anos e nove meses nessa prisão, do total de sete anos nos quais foi prisioneiro do regime.

"O dia de hoje foi de muitas emoções, porque lembro de muita gente, sobretudo daqueles que foram executados, que eram companheiros e amigos", disse à imprensa ao sair do tribunal, comovido pelas lembranças do cativeiro.

Taiana disse que "participar de um julgamento como testemunha e julgar os responsáveis pelas violações aos direitos humanos é uma contribuição que todos temos que fazer para que haja justiça e verdade na Argentina".

Atualmente, ocorrem na Argentina centenas de julgamentos por violações aos direitos humanos cometidas durante a ditadura que deixaram em torno de 30.000 desaparecidos, segundo dados dos órgãos humanitários.

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