Sete crianças e um professor foram mortos e outros 11 alunos ficaram feridas em um novo ataque contra uma escola no norte da China, o quinto deste tipo desde o dia 23 de março.
A nova tragédia aconteceu às 8h locais (21h Brasília, terça-feira) quando um homem de 48 anos invadiu armado com uma faca de grandes dimensões um jardim de infância particular, em uma localidade do distrito de Nanzheng, no município de Hanzhong, a província de Shaanxi, informaram a agência oficial Xinhua (Nova China) e as autoridades locais.
O agressor, Wu Huanmin, matou sete crianças e uma professora. Também feriu 11 estudantes, dois deles estão em situação grave, e um adulto. Após o massacre, ele voltou para casa e cometeu suicídio. Os motivos do massacre não foram determinados até o momento.
Ataques similares
Desde 23 de março a China registrou quatro ataques similares, com facas ou martelo, contra escolas e creches.
Os quatro ataques, em que morreram oito pessoas e dezenas ficaram feridas, foram cometidos por desequilibrados que se disseram frustrados com sua vida profissional ou afetiva.
Após os casos, que traumatizaram o país, as medidas de segurança foram reforçadas nos centros educacionais.
O município de Chongqing (sudoeste), de mais de 30 milhões de habitantes, ordenou à polícia inclusive que abra fogo contra qualquer pessoa que tente atacar estudantes.
Mas para Ma Ai, psicológo especializado em criminalidade da Universidade de Direito e Ciências Políticas de Pequim, as medidas, apesar de indispensáveis, não resolverão os problemas profundos da sociedade atualmente, muito transformada depois de passar de um modelo coletivista socialista para uma economia capitalista.
"Nos concentramso no desenvolvimento econômico, mas deixamos de lado o desenvolvimento e a melhora da psique", afirma o psicólogo.
"Os últimos casos são uma advertência. A sociedade é um ecossistema, que não se baseia apenas na natureza ou economia, mas também na saúde mental da população", completa Ma Ai.
"Sem este equilíbrio, os fundamentos não são saudáveis", conclui.
Nos últimos anos, a criminalidade comum aumentou na China, assim como os trastornos mentais, segundo vários estudos.
Um deles, publicado ano passado, mostra que 173 milhões de adultos sofreriam de problemas mentais, e que 91% deles nunca receberam ajuda adequada.