postado em 13/05/2010 15:43
Brasília e Moscou ; O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmou nesta quinta-feira (13/5), ao chegar à capital russa, que está próximo um acordo para encerrar o impasse sobre o programa nuclear do Irã. Amorim disse, porém, que, para isso, é fundamental o estabelecimento de ;garantias satisfatórias; tanto para os iranianos quanto para a comunidade internacional.;É necessário buscar formas satisfatórias para ambos os lados e estabelecer garantias que eliminem as desconfianças;, disse Amorim, que acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a uma viagem de dois dias à Rússia. Depois de Moscou, Lula e sua comitiva seguem para o Catar e o Irã. A discussão sobre o programa nuclear iraniano é o principal tema de todas as reuniões.
A proposta, apresentada pela Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), sugere que o Irã envie 70% do seu estoque de urânio para ser enriquecido em outro território. Na semana passada, a Embaixada do Irã no Brasil informou ser possível adotar a medida, desde que o território seja definido pelos iranianos, que preferem que ocorra em área nacional.
Para Amorim, é necessário definir o local em que o urânio será enriquecido e as condições estabelecidas tanto pelo Irã quanto pela Aiea. Ele considera também importante definir todas as especificações, como as garantias, para impedir equívocos. ;O grande tema é vencer o assunto sobre o local [a ser usado como depositário];, disse o chanceler. Uma das hipóteses é que esse local seja a Turquia.
No dia 17, Lula participa, em Teerã, capital iraniana, da reunião do chamado G15 ; que reúne os países não alinhados. A expectativa é que um eventual acordo seja alinhavado durante essas discussões. Também estarão presentes representantes dos seguintes países: Argélia, Argentina, Chile, Egito, Índia, Indonésia, Jamaica, Quênia, Nigéria, Malásia, México, Peru, Senegal, Sri Lanka, Venezuela e Zimbabwe. O Irã entrou para o grupo durante a Cúpula dos Não Alinhados, em 2006, em Cuba.