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Crescem as contradições sobre estimativas de vazamento no Golfo do México

Agência France-Presse
postado em 14/05/2010 13:53
A quantidade de petróleo que está fluindo aos borbotões no Golfo de México de uma plataforma afundada da British Petroleum pode ser muito superior às estimativas iniciais, o que contraria informações recentes da Guarda Costeira americana de que a enorme maré negra está se fragmentando.

O alerta sobre um vazamento ainda maior do que o calculado inicialmente foi feito por especialistas, num momento em que os executivos da BP tentam minimizar o tamanho do vazamento.

Steven Wereley, um professor de engenharia mecânica da Universidade Purdue, declarou à Rádio Nacional Pública que a quantidade de petróleo derramada no mar é 14 vezes maior do que o oficialmente calculado (800.000 litros diários).

Wereley analisou o petróleo depositado no solo marinho a pedido da rádio usando uma técnica chamada velocimetria de imagem de partículas, que rastreia partículas e calcula a velocidade com que se movem.

Outro cientista, Timothy Crone, do Observatório Terrestre Lamont-Dohorty da Universidade de Columbia, analisou a mancha submarina de petróleo usando um método diferente, mas tirou conclusões quantitativas similares.

E Eugene Chiang, professor de astrofísica da Universidade de Berkeley, Califórnia, também deu uma resposta parecida às perguntas da rádio usando para fazer os cálculos apenas um papel e um lápis.

Por sua parte, o oceanógrafo da universidad estatal da Flórida Ian R. MacDonald, analisou a maré negra recorrendo a imagens de satélites e declarou ao New York Times que seus cálculos sugeriam que a mancha sobre o Golfo do México pode ser facilmente cinco vezes maior do que o originalmente avaliado.

Por outro lado, um oficial da Guarda Costeira dos Estados Unidos afirmou nesta sexta-feira que a enorme maré negra no Golfo do México está mudando sua forma e se fragmentando em manchas menores.

Mais de três semanas depois que uma explosão afundou uma plataforma de petróleo da britânica BP no Golfo do México, a maré negra ameaça as costas dos estados da Louisiana, Mississipi e Alabama.

"Temos informes da existência de pelotas de betume que podem ser tiradas manualmente, mas, nesse momento, a maior parte do petróleo está longe da costa", afirmou o almirante Thad Allen, da Guarda Costeira.

"Acho que a maré está mudando de forma. Não creio que continuaremos tendo por muito tempo uma grande maré", declarou durante uma coletiva de imprensa em Dauphin Island, Alabama.

Ele explicou que, quando o petróleo sobe à superfície, ele se separa em várias manchas. "Isso é bom e ruim ao mesmo tempo. Como se dispersa amplamente, é difícil de manejar, mas, ao mesmo tempo, o vazamento chega à costa em pequenas quantidades", acrescentou.

[SAIBAMAIS]A Guarda Costeira trabalhajunto com equipes da BP e outras companhias petroleiras para controlar a maré e proteger as linhas costeiras particularmente ;s frágeis pântanos da Lousiana, habitat de espécies ameaçadas de extinção.

Especialistas assinalam que o vazamento pode ser dez vezes mais intenso que as estimativas oficiais de 800.000 litros diários.

A plataforma Deepwater Horizon, dirigida pela petroleira British Petroleum, mas de propriedade da Transocean, sofreu em 20 de abril uma explosão que provocou seu posterior afundamento e a morte de 11 trabalhadores.

Os especialistas acreditam que a maré negra do Golfo já é o pior desastre ambiental da história dos Estados Unidos, e que ofusca a tragédia do petroleiro Exxon Valdez no Alasca, em 1989.

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