Os confrontos de sexta-feira (14/5) em Bangcoc entre militares e manifestantes contrários ao governo deixaram 16 mortos, informaram neste sábado os serviços de socorro.
Segundo o comunicado do Serviço Médico de Emergência de Bangcoc, os enfrentamentos também deixaram 141 feridos, incluindo três estrangeiros, "um birmanês, um polonês e um canadense".
O canal de TV France 24 revelou que um de seus câmeras, o canadense Nelson Rand, ficou "gravemente ferido" quando cobria os confrontos na capital tailandesa.
Todos os mortos são tailandeses, segundo os serviços de emergência.
A violência na capital da Tailândia foi provocada por uma operação militar na manhã de sexta-feira, para desalojar os chamados "camisas vermelhas" da área que ocupam no centro de Bangcoc.
Os militares usaram bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes e um ônibus do Exército foi incendiado. Tiros também foram ouvidos no parque Lumpini.
Os confrontos dominam a zona de Ratchaprasong, que teve a eletricidade cortada e foi isolada pelas forças da ordem.
A crise se aprofundou na Tailândia na quinta-feira, com a decisão do primeiro-ministro, Abhisit Vejjajiva, de cancelar as eleições antecipadas e de enviar blindados para isolar o bairro de Bangcoc onde permanecem entrincheirados os "camisas vermelhas".
Na quinta-feira, um general que passou para o lado dos manifestantes, Khattiya Sawasdipol, foi baleado e hospitalizado em estado grave.
O governo acusa o general Khattiya, de 58 anos, de ser um dos principais adversário da reconciliação.
A capital do país está afundada na violência, depois de 10 dias nos quais as negociações pareciam ter prevalecido entre o premier Vejjajiva e os líderes "vermelhos", ligados ao ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, atualmente no exílio.
Shinawatra pediu nesta sexta-feira que o governo retire as tropas das ruas e retome as negociações com os manifestantes.
"Acredito que uma solução política continua sendo possível na Tailândia, e o primeiro-ministro pode evitar que existam mais vítimas e pode salvar o país", afirmou Shinawatra em um comunicado divulgado por seu conselheiro jurídico em Bangcoc.
Shinawatra governou a Tailândia durante cinco anos, mas foi deposto em 2006 por um golpe de Estado.
Os partidários dele protestam há dois meses contra o atual governo.