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Brasil atuou como "facilitador" do diálogo com o Irã

Agência France-Presse
postado em 17/05/2010 08:34
O Brasil atuou como "facilitador" do diálogo que levou o Irã a aceitar uma troca de urânio em território turco, afirmou à AFP um membro da comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entrevistado por telefone de Madri, onde o chefe de Estado brasileiro é esperado na tarde desta segunda-feira (17/5).

"O Brasil ajudou a aproximar posições, como um facilitador do diálogo", declarou a fonte à AFP, antes de embarcar no aeroporto de Teerã para a capital espanhola.

O acordo, assinado por Irã, Brasil e Turquia, prevê o envio ao território turco de 1.200 quilos de urânio levemente enriquecido (a 3,5%), para ser trocado no prazo máximo de um ano por 120 quilos de combustível altamente enriquecido (20%), necessário para o reator experimental de Teerã.

O membro da comitiva brasileira rebateu ainda a acusação de Israel de que o Irã teria manipulado Turquia e Brasil "simulando aceitar" um acordo.

"Israel tem o direito de dizer o que quiser, mas esta é a primeira vez que o Irã aceita que seu urânio seja enviado para um terceiro país para a troca", declarou.

O acordo, completou, "está baseado nas propostas do Grupo 5 1, que até agora o Irã rejeitava".

O Grupo 5 1 é integrado pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, França e Grã-Bretanha), além da Alemanha.

Brasil e Turquia ocupam atualmente cadeiras de membros não permanentes do Conselho.

Lula, que aspira uma vaga permanente para o Brasil no Conselho, desembarca nesta segunda-feira em Madri para participar uma reunião, terça-feira, entre União Europeia e América Latina.

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