Agência France-Presse
postado em 17/05/2010 10:19
O Irã deve se reportar à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) para discutir propostas referentes a seu programa nuclear, declarou nesta segunda-feira o presidente permanente da União Europeia (UE), Herman Van Rompuy, depois do acordo sobre o urânio a que Teerã chegou com o Brasil e a Turquia."O Irã deve responder à AIEA", afirmou Van Rompuy, explicando que o principal problema não é carregar de combustível o reator experimental de Teerã e sim o programa nuclear em si mesmo. A AIEA apresentou propostas razoáveis sobre o combustível para o reator, mas não respondeu positivamente", recordou.
"Ouvimos, mas não vimos as novas propotas depois de todas as complicações e confusões que Irã semeou nos últimos meses", afirmou o presidente da UE.
Van Rompuy reiterou que a posição europeia não mudou. "Estamos seriamente preocupados com o programa nuclear do Irã, já que o país se negou a realizar discussões sérias sobre as preocupações razoáveis de seu programa nuclear".
"O Irã deve tranquilizar a comunidade internacional sobre as intenções que estão por trás de seu programa nuclear e a UE esteve disposta a iniciar conversações sobre este tema durante sete meses, mas o Irã não se comprometeu com isso", lamentou, por fim.
Irã, Brasil e Turquia assinaram nesta segunda-feira um acordo para a troca de urânio iraniano por combustível nuclear enriquecido a 20% em território turco, com o objetivo de superar a crise provocada pela política de enriquecimento de urânio de Teerã.
O acordo foi assinado pelos ministros das Relações Exteriores dos três países na presença dos presidentes iraniano, Mahmud Ahmadinejad, e brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan.
O projeto, resultado da mediação do Brasil, foi elaborado ao fim de 18 horas de negociações.