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Mesmo com acordo, EUA indicam que vão manter pressão para impor sanções ao Irã

postado em 17/05/2010 16:47
Os Estados Unidos mantém o alerta e as ameaças de sanções contra o Irã, mesmo depois do acordo negociado hoje (17) pelo Brasil e a Turquia. Para os norte-americanos, os iranianos devem provar por meio de ;ações; e ;não apenas palavras; que cumprirão as regras internacionais para fins pacíficos da energia nuclear, segundo o secretário de Imprensa da Casa Branca, Robert Gibbs. Mesmo assim, ele considerou positiva a atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do primeiro-ministro da Turquia, Tayyiq Erdogan, em busca do acordo para encerrar o impasse

;Os Estados Unidos continuarão a trabalhar com nossos parceiros internacionais, por meio do Conselho de Segurança das Nações Unidas, para deixar claro ao governo iraniano que deve demonstrar, em ações - e não apenas palavras - a sua vontade de viver de acordo com as obrigações internacionais ou enfrentar consequências, incluindo sanções;, disse Gibbs, no site da Casa Branca.

Em seguida, o secretário de Imprensa afirmou: ;Os Estados Unidos e a comunidade internacional continuam a ter sérias preocupações.; Segundo Gibbs, elas são motivadas pelo fato de interlocutores do governo iraniana informarem que o enriquecimento a 20% de urânio será mantido no Irã, apesar do acordo firmado hoje.


Os Estados Unidos lideram uma campanha internacional para impor sanções ao Irã. O assunto será discutido pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. Para os norte-americanos, os iranianos manteriam de forma secreta a produção de armas atômicas. O governo do Irã nega as acusações.

Segundo Gibbs, o governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, deve adotar medidas que dêem segurança à comunidade internacional de que seu programa nuclear se destina a fins pacíficos. Para o secretário, é fundamental que ocorra cooperação também com os inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea).


;O Irã deve tomar as medidas necessárias para assegurar à comunidade internacional que seu programa nuclear se destina exclusivamente a fins pacíficos, inclusive cumprindo as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e cooperando plenamente com a Aiea [Agência Internacional de Energia Atômica];, disse o secretário de Imprensa.


Porém, Gibbs elogiou a atuação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do primeiro-ministro da Turquia, Tayyiq Erdogan, em busca do acordo para encerrar o impasse. ;Reconhecemos os esforços que têm sido feitos pela Turquia e Brasil. A proposta anunciada em Teerã deve agora ser transmitida com clareza e autoridade à Aiea antes de ser encaminha à comunidade internacional;, disse ele.

Para o secretário de Imprensa da Casa Branca, os termos do acordo firmado são vagos e não respondem a algumas dúvidas presentes na comunidade internacional. Segundo Gibbs, no passado o Irã também havia feito compromissos para enriquecer externamente o urãnio e não os cumpriu.

;A declaração conjunta emitida em Teerã [com termos do acordo] é vaga sobre a disposição do Irã em se reunir com os países do P5 1 [que reúne os cinco integrantes do Conselho de Segurança das Nações Unidas: Estados Unidos, Rússia, China, França e Inglaterra, além da Alemanha] para resolver as preocupações internacionais sobre seu programa nuclear, como fez em outubro passado;, disse ele, mencionando o parágrafo nono do documento.

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