Agência France-Presse
postado em 17/05/2010 17:21
Os Estados Unidos deram asilo à tia do presidente americano, Barack Obama, ameaçada de ser deportada para o Quênia por não ter documentos, anunciaram seus advogados nesta segunda-feira.
Zeituni Onyango, 57 anos e de nacionalidade queniana, tinha apresentado uma solicitação de asilo a uma corte federal migratória de Boston (Massachusetts, nordeste dos EUA), depois de ignorar uma ordem de expulsão em 2004.
Seus advogados, Margaret Wong e Scott Bratton, anunciaram em um comunicado que "foram informados pelo juiz Leonard Shapiro que foi aceita a solicitação de asilo feita por sua cliente, Zeituni Onyango, no caso de sua deportação".
Depois de a solicitação ser aceita, a pessoa beneficiada recebe documentos que a permitem trabalhar, receber aposentadoria e ter carteira de motorista.
Um ano depois, o beneficiado pode candidatar-se a uma permissão de residência definitiva ou "green card" e, cinco anos depois, à cidadania americana. O caso colocou o presidente Obama em uma posição delicada, já que, apesar de não existirem indicações de favoritismo ou intervenção da Casa Branca, o tema poderá se tornar um elemento negativo para o presidente.
Apesar de ter vivido ilegalmente durante anos em Massachusetts, Onyango apenas recebeu atenção da imprensa em 2008, alguns dias antes da eleição de Obama como o primeiro presidente negro do país. A Casa Branca informou que o presidente não estava a par de sua condição de ilegalidade e que as leis pertinentes deveriam ser aplicadas no caso.
Meia irmã do falecido pai do presidente, Onyango foi para os Estados Unidos em 2000 e pediu asilo político dois anos mais tarde, citando a violência em seu país como argumento para o pedido. A solicitação foi rejeitada, e as autoridades ordenaram sua deportação em 2004. O presidente, nascido no Havaí, de pai queniano e mãe americana, tinha afirmado não saber que sua tia estava em situação irregular nos Estados Unidos.