postado em 18/05/2010 08:01
No dia seguinte ao fechamento do acordo sobre o enriquecimento do urânio iraniano, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy, da França, conversam nesta terça-feira (18/5) sobre assunto em Madri, na Espanha. Eles participam da 6; Cúpula União Europeia, América Latina e Caribe. Ontem (17), o governo do Irã aceitou enviar o urânio levemente enriquecido para a Turquia e receber o produto enriquecido a 20%.Paralelamente, o governo do presidente norte-americano, Barack Obama, sinalizou que vai manter a pressão pela aprovação de sanções contra o Irã por desconfiar que ele não cumpra as regras internacionais de segurança. Os Estados Unidos, a França, Inglaterra, China e Rússia integram como membros permanentes o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
É o conselho que vai definir se haverá sanções contra o Irã. A adoção de sanções depende do voto favorável de todos os integrantes do conselho. Para os norte-americanos, o programa nuclear do Irã esconde a produção de armas atômicas. O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, nega as acusações.
Ontem, Lula e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, afirmaram que o acordo pode por fim ao impasse em torno do programa nuclear iraniano. Para o Brasil e a Rússia, há espaço para o diálogo entre o Irã e a comunidade internacional na tentativa de impedir a aprovação de sanções.
Pelo acordo firmado ontem (17) de manhã, Ahmadinejad se compromete a procurar o diálogo com os membros permanentes do Conselho de Segurança e informar em detalhes para a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) o documento - definido em Teerã com o apoio do Brasil e da Turquia. Para aprovar os termos do acordo, é necessário que as Nações Unidas, por meio do conselho, e a agência de energia concordem com as definições.
Ahmadinejad tem até a próxima semana para prestar informações à Aiea. Outros detalhes sobre a troca de urânio serão definidos em conversas entre o governo do Irã e os integrantes do chamado Grupo de Viena ; os Estados Unidos, a Rússia, França e a própria Aiea.