Agência France-Presse
postado em 19/05/2010 14:59
Dez talibãs morreram ao atacar na madrugada desta quarta-feira (19/5) em Bagram, norte de Cabul, a maior base militar da Otan no Afeganistão, sob controle dos americanos, na qual também morreram um civil e cinco soldados americanos.Este novo ataque que acontece dias depois do anúncio pelos talibãs de uma série de operações de "jihad" (guerra santa) - ataques, atentados e assassinatos - contra as forças da Otan e contra os estrangeiros em geral.
Segundo um oficial, os talibãs utilizam "foguetes, granadas e armas automáticas".
Um porta-voz dos talibãs, por sua vez, confirmou a ação e disse à AFP que, por volta das 5H00 (21H30 Brasília), 20 homens-bomba atacaram a base de Bagram pelos flancos leste e oeste.
Segundo o porta-voz, Zabihullah Mujahid, "quatro homens-bomba acionaram cinturões com explosivos e os combates prosseguem ao redor da base".
Bagram, ao norte de Cabul, é uma enorme base e aeroporto militar da Otan, onde as forças internacionais no Afeganistão também mantêm uma prisão.
O ataque aconteceu algumas horas depois da Otan perder oito soldados no Afeganistão, na terça-feira.
Seis militares, sendo cinco americanos e um canadense, morreram em um ataque suicida com carro-bomba em Cabul, que matou 18 pessoas no total.
Outros dois soldados foram mortos no sul do país, elevando a 210 o número total de militares estrangeiros caídos este ano no Afeganistão.
Em março de 2009, um duplo atentado foi cometido na entrada da base e feriu três civis.
As forças internacionais, começando pelas americanas, acumulam derrotas num momento em que a nova estratégia de contrainsurreição decidida no final de 2009 pelo presidente Barack Obama visava a conter o desenvolvimento dos rebeldes no país.
Depois de uma ofensiva militar de grande envergadura em Marjah, na província de Helmand (sul), classificada de "fiasco" para uma parte da imprensa americana, os ocidentais visam agora Kandahar, berço dos talibãs, que deve ser palco de uma importante ofensiva durante o verão.
Os talibãs, cuja insurreição se intensificou claramente nos últimos dois anos, lançam cada vez mais ataques suicidas, inclusive no centro de Cabul, capital que supostamente é a área melhor protegida do país.