Agência France-Presse
postado em 20/05/2010 07:49
Milhares de soldados patrulhavam nesta quinta-feira (20/5) as ruas de Bangcoc, onde os bombeiros lutam contra vários incêndios e ainda são ouvidos tiros, um dia depois da invasão do acampamento dos "camisas vermelhas", que deixou 14 mortos e provocou a rendição dos líderes do protesto.O Exército assumiu o controle do centro de Bangcoc, mas vários militantes armados continuam escondidos em diversos edifícios, segundo o porta-voz militar Sunsern Kaewkumnerd.
O governo decretou um nove toque de recolher para as noites de quinta-feira, sexta-feira e sábado em Bangcoc e outras 23 províncias do país, essencialmente nas regiões norte de nordeste, para impedir que os distúrbios alcancem estas áreas agrícolas, berço de muitos manifestantes.
Os serviços de emergência divulgaram um balanço atualizado da violência de quarta-feira, que terminou com 14 mortos e 91 feridos.
As vítimas morreram na invasão ao acampamento "vermelho" ou nos combates posteriores.
Um jornalista italiano faleceu e outros quatro repórteres estrangeiros foram feridos.
A crise, que começou com manifestações pacíficas em março, deixou até o momento 82 mortos e 1.800 feridos, um balanço mais grave que o dos confrontos de 1992, que provocaram 50 mortes.
Na manhã desta quinta-feira, milhares de manifestantes abandonaram um templo budista de Bangcoc, um dos últimos refúgios dos "camisas vermelhas".
Muitas mulheres e crianças haviam se refugiado no local, declarado "zona protegida" diante da iminência de uma operação militar.
Os bombeiros conseguiram controlar nesta quinta-feira o incêndio no Central World, um dos maiores shoppings da Ásia, mas uma parte do centro comercial começou a desabar, segundo a polícia.
A Bolsa de Bangcoc, vários shoppings e a sede de um canal de televisão, do qual foram retiradas 100 pessoas presas no incêndio, prosseguiam em chamas na manhã desta quinta-feira, segundo os bombeiros.
Na região nordeste, os manifestantes incendiaram dois prédios de governos provinciais.
Estados Unidos, ONU, União Europeia e Japão condenaram a violência e pediram uma solução pacífica.
O primeiro-ministro tailandês, Abhisit Vejjajiva, que tinha a renúncia exigida pelos "vermelhos", pediu a confiança do país para superar a crise.