postado em 20/05/2010 12:19
Em meio ao ceticismo internacional sobre o acordo com o Irã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe daqui a uma semana, no dia 27, o primeiro-ministro da Turquia, Tyyiq Erdogan. Ambos negociaram com o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, os termos para a troca de urânio. A visita intensifica os esforços dos governos brasileiro e turco para impedir as sanções contra os iranianos e buscar o apoio da comunidade internacional.Erdogan passa rapidamente por Brasília. Ele seguirá para o Rio de Janeiro, onde participa do 3; Fórum Mundial da Aliança de Civilizações, que será realizado de 27 a 29 de maio no Museu de Arte Moderna (MAM). Em pauta,o tratamento discriminatório a muçulmanos e latinos nos países desenvolvidos, além da busca de um acordo de paz entre palestinos e israelenses. O programa nuclear iraniano deve predominar nas discussões, segundo diplomatas.
Ontem (19/5), os ministros das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, e da Turquia, Ahmet Davutoglu, enviaram carta aos membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) ; Brasil, Rússia, China, Inglaterra e França. Na carta, eles apelaram para que confiem no acordo e na sua execução.
;A declaração conjunta destaca o direito de desenvolver a investigação, produção e utilização da energia nuclear para fins pacíficos, sem deixar de sublinhar a forte convicção de três países [Brasil, Turquia e Irã] de que a troca de combustível nuclear será uma oportunidade de iniciar um processo para a criação de um futuro positivo e construtivo em uma atmosfera de não confronto que conduz a uma era de interação e cooperação;, diz a carta em seu segundo trecho.
No último dia 17, Lula e Ahmadinejad, além de Erdogan, negociaram o acordo em Teerã. Com isso, o Irã se compromete a enviar seu urânio levemente enriquecido a 3,5% para a Turquia. Em troca, receberá urânio enriquecido a 20%. A medida afastaria a suspeita de uso do produto para fins não pacíficos.
O governo dos Estados Unidos, no entanto, insiste em manter as suspeitas de que o programa nuclear iraniano produz de forma secreta armas atômicas. Anteontem (18), foi analisado pelos países que têm assento permanente no Conselho de Segurança, um esboço de resolução estabelecendo sanções ao Irã por meio do órgão. A aprovação das sanções depende do voto favorável de todos os que ocupam assento permanente no conselho.